Quem quer assumir este enorme ‘‘pepino’’ administrativo chamado Porto Velho?

16 de julho de 2019 683

As rédeas da gestão na Capital já estiveram nas mãos de empresários, professor, funcionário público, médico e até ex-promotor. Por que a coisa não deslancha?

Porto Velho, RO – Ah, 2020... Tu estás tão próximo! Daqui a pouco mais de um ano teremos eleições para reconduzir o atual ou eleger um novo prefeito para a Capital rondoniense.

 

Quando chegar a época, anote aí, leitor (a), soluções miraculosas irão emergir de tudo quanto é canto.

Mas nós já tivemos médico, funcionário público, empresários, professor e até ex-promotor na condução das rédeas do Executivo municipal, e coisa, infelizmente, parece não deslanchar. Aliás, a impressão que dá é: não tem jeito, o negócio é “enxugar gelo” e só.

Se avaliássemos pelos espectros políticos, então, já que é o critério bola da vez, a gestão passou da esquerda para direita, fazendo escala pelo centro.

A menos, claro, que você seja um entre os que compreendem o PSDB como partido de tendências marxistas. Se for este o seu caso, caso que a meu ver seria de análise clínica, não de política, faltaria apenas um salvador da Pátria do PSL, não é isso?

E terá, pelo menos na disputa: vitorioso são outros quinhentos, obviamente. Mas este não é um artigo sobre nomes no tabuleiro. É, na realidade, uma vã tentativa textual no sentido de tentar entender por que alguém no gozo e suas plenas faculdades mentais se lançaria tal qual kamikaze numa empreitada certamente malfadada.

A cidade está entre a cruz e a espada porquanto o eleitor tende, a cada decepção, encontrar o seu próprio Sassá Mutema. E na vida real ele nem sempre aparece como boia-fria: alguns andam por aí de terno e gravata; outros de verde oliva da altura da tíbia ao fim da cabeça – o resto é coturno.

E o problema é que ao redor dessa gente vem uma onda prosélita difícil de frear.

O próximo prefeito não pode ser eleito via catequese; precisa, na realidade, compreender, ou pelo menos não se fazer de idiota quando cobrado, que as instituições de fiscalização e controle sempre existiram e seguem – ou deveriam seguir – as leis.

A burocracia legal deve ser observada com rigor para que não ocorram emperramentos em setores essenciais, como o do transporte escolar, por exemplo.

E é difícil colocar um município como Porto Velho nos eixos porque frases feitas não impulsionam o desenvolvimento: o máximo que fazem é projetar bonachões e ampliar bolhas sociais segmentadas.

As cobranças virão da sociedade civil organizada; do Ministério Público (MP/RO); do Tribunal de Contas (TCE/RO) e do Poder Judiciário, quando, no último caso, for necessário haver intervenção do malhete.

Levando em conta que os problemas se amontoam a cada gestão, a capital pode ser considerada, hoje, como um verdadeiro “pepino” administrativo: a máquina destruidora de reputações no mundo político. Quem, então, terá a coragem de assumir a responsabilidade?

Vinicius Canova
VISÃO PERIFÉRICA

POR: VINICIUS CANOVA