Ronnie Lessa é transferido de Campo Grande para penitenciária de segurança máxima de Tremembé (SP)

20 de junho de 2024 57

O ex-policial militar Ronnie Lessa, foi transferido na manhã desta quinta-feira (20), da Penitenciária Federal de Campo Grande para a Penitenciária 1 "Dr. Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra", um presídio de segurança máxima, no interior de São Paulo. Lessa está preso desde 2019 por participar da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A transferência foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após um pedido da defesa de Lessa.

Lessa saiu do presídio federal escoltado por viaturas da Polícia Penal Federal e deixou Campo Grande em um voo fretado da Força Aérea Brasileira (FAB).

 

Argumento da defesa

 

De acordo com a defesa do ex-policial militar, ao ser transferido para São Paulo, Lessa ficará mais próximo da família. A transferência de Lessa para Tremembé foi previamente acordada com o governador de SP, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Conforme apurado pela TV Globo, a decisão de transferir Ronnie Lessa para Tremembé está na contramão do posicionamento do secretário de Administração Penitenciária de São Paulo, Marcelo Streifinger. Em manifestação anexada ao processo, ele disse que o presídio não comporta Lessa, devido a superlotação do local.

O ex-policial ficará em uma cela individual, sem contato com outros presos.

 

Penitenciária 1

 

Penitenciária Dr. Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra, a P1 de Tremembé — Foto: Laurene Santos/TV Vanguarda

Penitenciária Dr. Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra, a P1 de Tremembé — Foto: Laurene Santos/TV Vanguarda

A P1 de Tremembé é considerada um presídio de segurança máxima no Vale do Paraíba, sendo a única penitenciária masculina nesse perfil.

O local atualmente está superlotado, segundo os números da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). A unidade tem capacidade para abrigar 1.491 detentos, mas está superlotada: atualmente 2.171 presos cumprem pena no local -- 680 a mais do que o limite.

Ao todo, a penitenciária conta com seis pavilhões e possui bloqueador de celular. No local, os presos têm quatro refeições ao dia, além do banho de sol.

Seu acordo de delação que foi base das investigações que resultou na prisão dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e do delegado Rivaldo Barbosa, suspeitos de serem os mandantes do crime.

Segundo Lessa, os Brazão ofereceram como pagamento um loteamento clandestino na Zona Oeste do Rio, avaliado em mais de 20 milhões de dólares.

Fonte: Por Thais Libni, g1 MS — Mato Grosso do Sul