Saneamento já! Porto Velho não pode mais esperar

29 de junho de 2020 603
Uma coisa que muito me impressiona é o absoluto descaso da classe política para com o saneamento básico em Porto Velho. Eu estou falando do saneamento básico mesmo, ou seja, do direito universal das pessoas à água tratada, ao esgotamento sanitário e pluvial e à coleta e destinação dos resíduos sólidos. E não das oportunidades de meter a mão no orçamento destinado à concretização desse direito. A tais oportunidades a classe política sempre esteve atenta. E muito atenta.
 
A verdade é que já está passando da hora de aparecer uma liderança política em Porto Velho que assuma compromisso efetivo com o saneamento básico. Ou, então, que o próprio povo, pelo menos as pessoas que têm um mínimo de afinidade com a higiene e aversão à excrescência, assuma o protagonismo desse processo. Ele virá, a evolução assim determina. Afinal, a tendência da nossa espécie, apesar dos políticos, sempre foi evoluir.
 
Não há mais o que esperar dessa gente que está já completando quatro anos de pura enrolação no exercício da nobre função de representar os interesses do povo. O melhorzinho talvez seja capaz de, num misto de cinismo e oportunismo, dizer que estou certo no que escrevo. Mas tomar uma atitude efetiva no sentido de levar nosso município ao encontro da evolução sanitária... ah... isso seria exigir demais da massa encefálica e do caráter dessa gente.
 
Não é preciso ir muito longe. Recentemente denunciei nas redes sociais a palhaçada que é o site da Prefeitura Municipal em que, supostamente, o cidadão deveria encontrar informações sobre o andamento dos trabalhos de confecção do Plano Municipal de Saneamento Básico. Ali simplesmente não consta o termo de referência, ou seja: não se sabe o que foi contratado, logo não há como o cidadão acompanhar coisa nenhuma.
 
Algum vereador se importou com isso? Coisa nenhuma. Nada que seja do interesse da população no seu todo é do interesse dessa gente. Eles se ocupam apenas do que é do interesse de um segmento ou outro da população, pois creem ser ali um reduto de votos. Mas o que é o do interesse difuso da municipalidade está completamente fora das preocupações desse pessoal, cuja preguiça mental é tão grande que até hoje não se ocuparam sequer de reformar as leis municipais e eliminar delas as contradições.
 
Eu só espero que ainda exista em Porto Velho quem de fato tenha compromisso com a evolução de nosso município, compromisso com a superação de situações absurdas que vêm se agravando ao longo das sucessivas administrações e que requerem, no mínimo, decência no trato da coisa pública. E o pior é que ainda aparece um idiota de vez em quando dizendo que vai administrar o público como se privado fosse. Valha-nos Deus. E que não seja necessária outra pandemia para ensinar o valor que tem a segurança sanitária.
 
 
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EDSON LUSTOSA

Edson Lustosa é jornalista há 30 anos e coordena o projeto Imprensa Cidadã, do Centro de Estudos e Pesquisas de Direito e Justiça. Escreve às segundas, quartas e sextas-feiras especialmente para o Que Notícias?.