SEM MORO, A LAVA JATO SE MUDA PARA O RIO DE JANEIRO.
Umas das questões mais discutidas após a saída do ex-super-juiz Sérgio Moro, que estava na liderança do estado de exceção jurídica da Lava Jato, na República de Curitiba, era se a força tarefa teria sobrevida. A operação que prendeu Michel Temer e Moreira Franco é o exemplo de que a vez do estrelato de Marcelo Bretas, chegou.
O modus operandi foi, ineditamente, igual ao que ocorria em Curitiba. Ou seja, Bretas mandou que personagens políticos de São Paulo fossem “extraditados” para o Rio de Janeiro, assim como ocorria com envios para a capital paranaense.
Parecendo até um combinado, Moro seguiu para o comando da Polícia Federal, se tornando Ministro da Justiça, enquanto Bretas ficou no judiciário federal de primeira instância, ditando as regras do judiciário brasileiro. O plano só estará completo, se Bolsonaro conseguir nomear Dallagnol ou outro da força tarefa de Curitiba para a Procuradoria-geral da República, formando o corpo completo de pronta condenação de qualquer opositor político. A Lava Jato dominaria a denúncia, a investigação, a polícia, a denúncia e, no final, faria o julgamento. Seria o ciclo completo de pré-condenação.
Por hora, a Lava Jato se muda para a primeira instância do Rio de Janeiro e espera contar com as esferas superiores do TRF-2. Só não combinaram, até aqui, com o relator na segunda instância, o desembargador Antônio Athié, que não poupou críticas à decisão pela exceção jurídica contra Temer e Moreira Franco, ao qual classificou de “caolha”. Mas, vale lembrar, nem tudo está decidido.