Senador Humberto Costa Recebia Propina Em Casa De Massagem, Diz Delator

9 de novembro de 2017 1183

O PT não se cansa de surpreender os brasileiros com suas formas inusitadas de operar
esquemas de propina. O o senador Humberto Costa (PT) acaba de ser acusado de
receber propina em uma “casa de massagens” em São Paulo.

A acusação foi feita pelo ex-subsecretário de Saúde do Rio, César Romero, que
afirmou nesta quarta-feira (8) que o senador petista recebia propina do empresário
Miguel Iskin, que atua no setor de próteses e equipamentos médicos. Humberto Costa
teria se beneficiado do esquema criminoso durante o período em que ocupou o cargo
de ministro da Saúde, entre 2003 e 2005 no primeiro mandato de Lula.

O ex-subsecretário de Saúde do Rio fechou um acordo de colaboração premiada com
o Ministério Público Federal e prestou depoimento em ação penal que apura o desvio
de R$ 16 milhões na Secretaria de Saúde do Rio durante a gestão do ex-governador
Sérgio Cabral (PMDB).

 

Segundo César Romero, o esquema implantado na secretaria estadual reproduziu o
que já havia funcionado no Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia) a
partir de 2002, período em que o ex-secretário Sérgio Côrtes ocupou o cargo de
diretor. A propina paga a Costa teria ocorrido nesse período.
“Eu soube de alguma coisa de relacionamento dele, dando valor, para o então ministro
Humberto Costa” em uma operação realizada numa “casa de massagens” em São
Paulo, disse Romero.

Durante as investigações da Operação Lava Jato, Côrtes enviou e-mail para Iskin
afirmando que “nossas putarias têm que continuar”. O Ministério Público Federal
entendeu a mensagem como uma forma de obstrução de Justiça –o ex-secretário
estaria tentando combinar versões para uma delação conjunta. Côrtes e Iskin
afirmaram que o texto tinha cunho unicamente pessoal.
“Meu chapa, você pode tentar negociar uma coisa ligada à campanha. Pode salvar seu
negócio. Podemos passar pouco tempo na cadeia… Mas nossas putarias têm que
continuar”, dizia a mensagem de Côrtes para Iskin.

Cabral, Côrtes, Iskin, Romero e outras três pessoas respondem a ação penal em
decorrência da Operação Fatura Exposta, desdobramento da Lava Jato no Rio.
O ex-secretário já reconheceu ao Ministério Público Federal ter recebido propina de
Iskin e devolveu US$ 4,3 milhões à Justiça. Humberto Costa foi um dos acusados
pelos crimes de corrupção passiva e formação de quadrilha no escândalo da máfia dos
vampiros, que desviou cerca de R$ 2 bilhões na compra de remédios superfaturados,
num esquema criminoso descoberto em 2004 pela Polícia.Federal