STF : O GOLPE BAIXO DO CONGRESSO EM BOLSONARO
Paulatinamente,os requisitos do “notável saber jurídico” e “reputação ilibada” (CF ,art.101),dos candidatos para ocupar uma (1) vaga ,dentre as onze existentes,no Supremo Tribunal Federal, vão sendo substituídos pela “identidade ideológica ou partidária”,e pela pouca idade do escolhido, considerando que a sua vaga é praticamente “perpétua”, até que completados os 75 anos de idade.
Isso significa que um Ministro escolhido aos 35 anos de idade, ficará no cargo até que complete 75 anos, durante 40 anos, portanto, até quando se aposentar compulsoriamente, e com certeza defenderá nesse período,sempre que puder, a “ideologia”,o “partido”, e o “lado” de quem o escolheu.
Esse critério politicamente muito “safado” garantirá ao partido ou grupo político que ficar durante muito tempo governando o “monopólio” das “supremas” decisões. Foi exatamante isso que aconteceu durante o longo período (2003 a 2016) em que o PT ocupou a cadeira presidencial, com Lula da Silva ,e Dilma Rousseff,que nesse tempo “dominavam” o Supremo, pela nomeação que fizeram de 8 (oito) dos 11 (onze) Ministros, reduzidos para 7 (sete) ,após o acidente aéreo que matou o Ministro Teori Zavascki, em janeiro de 2017.
Certamente esse método de escolha NUNCA foi correto ,agredindo frontalmente a separação,a independência,o equilíbrio e a harmonia entre os Três Poderes Constitucionais, conforme preconizado desde Montesquieu, e adotado hoje em todo o mundo livre.
Saliente-se, por oportuno ,que durante todo o período de mando do PT na Presidência da República, o Poder Executivo e o Poder Judiciário,principalmente através do Supremo, formavam uma “confraria”, harmônica e (inter)dependente, agindo sempre dentro da sistemática conhecida como “TOMA LÁ- DÁ-CÁ”, sem paralelo na história política brasileira.
Mas essa “confraria”, entre o Poder Executivo e o STF, tinha uma terceira “força”, o Congresso Nacional, que a tudo sustentava e participava desse “joguinho” de trocas, sempre recebendo a sua “quota”. Nesse período houve uma “harmonia” entre os Três Poderes de tal tamanho que certamente nem mesmo Montesquieu jamais poderia ter imaginado.
Mas em 1º de janeiro de 2019,essa “harmonia” entre os Três Poderes sofreu um “baque”. Foi com a eleição presidencial de Bolsonaro, em outubro de 2018,que a partir daí passaria a ter o direito de escolha dos novos Ministros do STF,em razão das aposentadorias compulsórias dos Ministros que completassem 75 anos de idade.
Pela “fatalidade” do tempo, o primeiro Ministro do STF a se aposentar após a posse de Bolsonaro deverá ser o Ministro Celso de Mello,o “decano” do Supremo ,surgindo a primeira oportunidade do atual Presidente indicar o substituto,um novo Ministro,de sua “confiança”,e que possivelmente poderia amenizar um “pouquinho” as “derrotas” frequentes que sofre no Supremo,que na verdade é o Poder Constitucional mais “poderoso” da República, e que tem a última palavra em tudo, conforme, aliás, já afirmava Ruy Barbosa: “a pior ditadura é a do Poder Judiciário ,contra as suas decisões não há mais a quem recorrer”.
Mas bastou essa chance de Bolsonaro indicar o Ministro substituto de Celso de Mello, imediatamente, mesmo na “correria”, o Congresso Nacional se “aligeirou”,certamente com a cobertura do próprio Supremo, que “garantirá”,certamente.toda essa “sacanagem” do Congresso, para tentar retirar do Presidente da República o poder de indicar os Ministros dos Tribunais Superiores.
Essa alteração muito oportunista que querem fazer, justamente agora, e que poderia talvez amenizar um pouco o poder da “confraria” STF/CONGRESSO,contra Bolsonaro,olhada em seu conjunto,dá no mesmo que alterar as regras do jogo durante a sua realização, o que no mínimo é totalmente imoral.
Ora,se estão armando às escâncaras um“golpe” contra Bolsonaro, é evidente que o direito natural que o Presidente tem à “legítima defesa” o autoriza a utilizar sem qualquer constrangimento um CONTRAGOLPE, que poderia ser representado pelo acionamento do comando previsto no artigo 142 da Constituição.
Sérgio Alves de Oliveira
Advogado e Sociólogo
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O CONTRAPONTO
Sérgio Alves de Oliveira