Telescópio FAST detetou três misteriosos sinais rádio do ainda jovem Universo

9 de março de 2021 464

As rajadas rápidas de rádio são um dos fenómenos mais intrigantes de todo o Universo.

Estes sinais cósmicos são extremamente poderosos, podendo mesmo gerar tanta energia como centenas de milhões de sóis. Apesar da sua energia, estas emissões são breves e pontuais, sendo, por isso, muito difícil detetá-las e estudá-las diretamente.

A sua origem é ainda desconhecida para a Ciência.

Apesar da dificuldade de rastreio, estes estranhos sinais – que podem ou não repetir-se – têm o potencial de fornecer novas informações sobre uma ampla gama de mistérios da Astrofísica, tal como escreve a agência noticiosa espanhola Europa Press.

As três novas FRBs foram descobertas por Niu Chenhui, cientista dos Observatórios Astronómicos Nacionais da Academia Chinesa de Ciências, que partiu dos dados do FAST.

Os resultados da investigação, publicados no início de março na revista científica especializada The Astrophysical Journal Letters, mostram que estes sinais de rádio ocorreram há mil milhões de anos, quando o Universo era ainda “jovem”.

As três rajadas rápidas de rádio recém-descobertas, juntamente com o primeiro sinal de rádio deste tipo detetado pelo FAST no ano passado, sugerem que podem existir até  120.000 FRBs detetáveis ​​a chegar diariamente à Terra.

“Estamos a atualizar-nos no que respeita ao processamento de dados e esperamos mais descobertas do FAST, o radiotelescópio mais sensível do mundo“, rematou Chenhui.

A construção do FAST foi concluída no início de outubro de 2019. Pouco depois, equipas de astrónomos inauguraram o telescópio que tem um diâmetro de 500 metros e 4.400 painéis de alumínio e se localiza numa região remota da China, sendo duas vezes mais potente do que o segundo maior do seu tipo, o Observatório Arecibo, em Porto Rico.

Os cientistas têm esperança que o FAST, capaz até de detetar as ondas de rádio mais fracas oriundas de pulsares e galáxias, possa ajudar a descobrir vida alienígena, tal como refere um novo artigo sobre o telescópio, publicado na revista científica Nature.

 

Fonte: ZAP