Tem canibalismo!

26 de julho de 2024 1042

De quem é a culpa?

“Se a miséria de nossos pobres não é causada pelas leis da natureza, mas por nossas instituições, grande é a nossa culpa”, dizia o naturalista britânico Charles Darwin. Considerando que as tragédias causadas por fenômenos climáticos extremos trazem mais miséria, pode-se argumentar que ela decorre das leis da natureza, pois as “surpresas” climáticas, expressão cunhada pelo climatologista Stephen Schneider, derivam das leis naturais.

Cabe às instituições providenciar soluções para surpresas, intermitências e fenômenos sazonais para que a miséria dos nossos pobres não piore. A repetição da frequência das “surpresas” tira delas o fator ocasional e obriga as instituições a forjar políticas, mecanismos e estruturas convenientes para uma resposta adequada. Nossa culpa, nesse caso, está em não exigir das instituições que cumpram suas obrigações.

O que tira dos fenômenos trágicos recentes seu rótulo de surpresa ou acaso é a certeza científica de que o aquecimento global não é um castigo dos deuses, mas uma criação rigorosamente humana, daí sua designação como “aquecimento global antropogênico”. A ONU determinou que até 2030 as emissões antropogênicas globais de gases de efeito estufa precisam diminuir em 73% em relação a 2023 e 84% até 2050. A surpresa, caso isso não ocorra, será uma destruição tão grande que poderá não sobrar muita gente para levar a culpa.

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Todos os meios

Nos bastidores de Porto Velho, rolando a informação de que os chapas-brancas estão utilizando todos os meios para eleger Mariana Carvalho (União Brasil) ainda no primeiro turno. A coisa vai desde a cooptação de deputados evangélicos, de pastores do segmento onde a ex-deputada sofre rejeição até evitar a participação nos debates, para evitar perdas de intenções de votos nos confrontos com Leo Moraes (Podemos) e Mana Euma (MDB). Um jornal eletrônico já publicou na semana que uma emissora de TV já anunciou que não fará debate, outras estudam os seus respectivos calendários de programação.

A articulação

Os chapas-brancas que já alijaram Fernando Máximo e teriam buscado o mesmo expediente para impedir a postulação da Mana Euma – uma verdadeira pedrinha nos sapatos de Mariana – trabalham nesta articulação para que sua candidata evite os debates, pois acreditam que está assegurada uma vitória em turno único atualmente e não participando dos debates não será prejudicada. Isto é admitir a qualidades dos seus antagonistas. O raciocínio é simples no meio dos chapas brancas: se o próprio Hildon Chaves sofreu na unha com debates com Leo na sua primeira eleição, temem o desempenho de Mariana contra ele, reforçado pela Mana Euma.

Tem canibalismo!

Os chapas-brancas já tem como assegurada a presença da sua candidata Mariana Carvalho (União Brasil) no segundo turno no pleito em Porto Velho, se unem numa mobilização gigante e acreditando que se esforçarem mais um pouco terão uma vitória em turno único. Avaliam ainda, que os contras, ou seja, os candidatos da oposição vão entrar num processo de canibalismo durante campanha, num grande desgaste na busca de uma vaga no já previsível segundo turno. Monitoram do seu QG, principalmente os movimentos de Leo Moraes (Podemos) e Mana Euma (MDB).

Tem a preferencia

Os candidatos da oposição em Porto Velho admitem intramuros clara preferência pelo enfrentamento numa eleição no segundo turno com Mariana Carvalho (União Brasil). Acreditam que neste confronto, a oposição leva a melhor diante da rejeição da candidata governista perante os evangélicos e eleitorado conservador, pelo racha (esta tese não se confirmou nos últimos dias) entre as forças governistas, na desunião da sua coalizão, e segundo suas enquetes, um bom pedaço dos “hildistas” não acompanham ela no seu apoio a Mariana. Além disto, governadoraveis  não teriam interesse na vitória de Mariana o que viria fortalecer os projetos futuros do prefeito Hildon Chaves.

Nossos indicativos

Embora Porto Velho tenha avançado muito nas últimas duas administrações e o prefeito Hildon seja o rei do asfalto e da regularização fundiária e tenha uma gestão bem ajustada, tratando bem a urbanização e mobilidade urbana, esteja longe de escândalos tão frequentes nas gestões municipais, os indicativos de água, esgoto, alagações, da saúde pública, a segurança que poderia melhorar com uma guarda municipal auxiliando o estado, são sofríveis. Mesmo com isto, Hildão deixará um grande legado por aqui e merece voos mais altos no cenário político rondoniense em 2026. A capital seguramente fechará com ele para o CPA.

Via Direta

*** Os empresários do ramo de transportes, com balsas de soja, combustíveis, hortigranjeiros, na hidrovia do  Rio Madeira estão criando uma taxa de água para o transporte de mercadorias em balsas  e embarcações comerciais para Manaus *** Uma situação que poderá encarecer ainda mais os produtos nesta dramática estiagem na região ***Autoridades amazonenses se insurgiram contra a tarifa e estão entrando na justiça para reverter a pendenga *** Em Rondônia a seca dos infernos já atinge 18 municípios e até na capital, Porto Velho, a população padece com o abastecimento de água. Uma situação preocupante com o avanço do verão amazônico.

Fonte: CARLOS SPERANÇA
POLITICA & POLÍTICOS (CARLOS SPERANÇA)

Colunista político do Jornal "DIÁRIO DA AMAZÔNIA", Ex-presidente do SINJOR, Carlos Sperança Neto é colaborador do Quenoticias.com.br. E-mail: csperanca@enter-net.com.br