TEMER E OS GOVERNADORES VÃO AO ACRE, FALAR SOBRE DROGAS E FRONTEIRAS ESCANCARADAS
Oito em cada dez presidiários do Acre estão cumprindo pena por envolvimento com o tráfico nacional ou internacional de drogas. Do total, o número de mulheres na cadeia é crescente, também pelos mesmos tipos de crime. Em Rondônia a situação é assemelhada, embora nossos números relacionados com presos por questões das drogas sejam um pouco menor do que nossos vizinhos. A vizinhança com a Bolívia, que produz a cocaína, cada vez com melhor qualidade, certamente é um critério óbvio quando se analisa as questões da insegurança pública, da violência e da crescente participação dos criminosos em ações envolvendo o tráfico. A situação, no geral, não é diferente no Amazonas e nos demais estados do centro-norte. As fronteiras escancaradas, com fiscalização pífia, quando nenhuma, deixam claro que há um grande desafio pela frente, para que se consiga ao menos diminuir o enorme fluxo de drogas que chegam do lado de cá e que são trocadas por mercadorias roubadas em Rondônia e em outras regiões, dando cada vez mais poder ao crime organizado. Agora, além das drogas, há ainda o tráfico de armas, via Bolivia, mas mais pelo Paraguai. Todo esse quadro é o que o presidente Michel Temer; os governadores da região (Confúcio Moura também estará lá, é claro!), debaterão, no encontro de dois dias no Acre, que vai tentar achar alternativas para o combate ao crime de fronteiras. Também estarão no evento a ministra presidente do Supremo, Carmem Lúcia e a procuradora geral da República, Raquel Dodge. Mesmo que o governo do Acre tenha mudado muito da pauta inicial, o que se tem certeza é de que ocorrerão conversações, ideias, projetos, sugestões, no sentido de que a violência causada pelo tráfico, que domina toda a região norte, como ocorre aliás em todo o país, ao menos seja amenizada.
Temer vai enfrentar protestos, em sua estada acriana, até porque lá é um dos últimos redutos petistas. Mas ao menos o Presidente está se mostrando aberto às iniciativas que possam significar avanços no combate ao crime organizado e às fronteiras escancaradas. A Bolívia continua cada vez mais aumentando sua produção de coca. A corrupção que campeia também no nosso vizinho, fecha os olhos, muitas vezes, para o contrabando de drogas e armas e, com a mesma intensidade absurda, abriga produtos roubados no Brasil, trocados pelos traficantes. Camionetas quase zeradas, carros de todos os tipos e centenas e centenas de motos rodam pelas ruas da Bolívia, às vezes nas mãos de autoridades, como se lá tivessem sido produzidas e legalmente compradas. Tudo isso, certamente, terá que ser discutido em Rio Branco, neste final de semana. Torçamos que saia alguma coisa que preste e que seja prática, porque discurso e intenções não vão resolver nada...
WAGNER E A TURMA PALACIANA
As forças palacianas estão mobilizadas, já pensando em 2018. Tudo ainda muito embrionário, em fase de primeiros passos, mas estão sim! E em torno do nome do secretário de Finanças, Wagner Garcia de Freitas, o preferido de dez entre dez da turma de elite de Confúcio Moura, a começar pelo próprio. Claro que tudo é ainda apenas projeto, até porque as coisas vão se definir mesmo lá por meados de março ou início de abril do ano que vem, mas, o plano que está em andamento nos corredores e nas salas dos andares superiores do Palácio Rio Madeira/CPA, continuará na pauta. Há quem diga que Confúcio estaria disposto até a trocar de partido, caso necessário, para que Wagner pudesse concorrer. Mais que isso: poderia abrir mão de uma eventual candidatura, para que o projeto fosse em frente. O PMDB e o PSDB podem estar acertando uma aliança nacional e isso, caso chegasse em Rondônia, poderia mudar muitos planos. Mas não o do Governador e seus assessores mais próximos. É bom que se diga que dificilmente o intenção, em relação a Wagner, iria adiante no PMDB, porque o partido já está fechado com Maurão de Carvalho e pode acertar ainda uma forte parceria com os tucanos. Ah! E falta também combinar com o eleitorado.
REMÉDIO NA PORTA DE CASA
Há um longo, penoso e caríssimo caminho para melhorar a saúde pública, sempre deficiente, sempre enxugando gelo. Mas seria uma enorme injustiça não destacar o esforço do governo rondoniense e de sua secretaria de saúde, para ao menos amenizar o quadro sempre dantesco que assola milhares e milhares de doentes. O secretário Williames Pimentel, que consegue avanços significativos com seu trabalho e dedicação ao assunto, comemorou nesta semana, ao lado do governador Confúcio Moura, mais um feito inédito para quem precisa de tratamento constante. Um programa lançado em parceria com os Correios, vai levar o medicamento a mais de 10 mil pessoas em suas próprias casas, inicialmente só em Porto Velho, mas será estendido a outras cidades, no futuro. Os remédios serão entregues pelos Correios, com quem a Sesau firmou contrato. Além da entrega, é dada ainda a garantia de que os medicamentos serão armazenados, transportados e entregues conforme protocolos clínicos que tratam destes serviços. O doente ou seus familiares não vão mais precisar se deslocar para receber os remédios. É sim um avanço gigantesco, dentro deste contexto tão complexo da saúde pública!
SEM AVISO: É RISCO DE MORTE
Todos os dias acontece algo de violento e, de vez em quando, um turista é assassinado no Rio de Janeiro. É uma irresponsabilidade absurda das autoridades chamadas competentes não alertarem os visitantes que há uma guerra civil na cidade mais linda do Brasil e que quem se arriscar, o fará por sua conta própri. Mas, ao menos, estará prevenido das possibilidades concretas de que sofra algum tipo de atentado. Pior ainda é o despreparo de guias turísticos e motoristas de táxis e até de Uber, que não avisam o pobre coitado que está chegando ao Rio, que ele está na mira dos bandidos e da pol´cia, porque daqui a pouco, qualquer confronto pode significar uma bala perdida, um tiro a esmo, uma morte a mais para entrar para a triste estatística. A propaganda brasileira no exterior, convidando visitantes ao Rio, é extremamente enganosa. Turistas que chegam sem saber que estarão no meio de violência e tiroteios diários ou que são levados a “passear” em favelas, que são zonas de guerra, se sobreviverem depois de alguns dias na Cidade Maravilhosa, deveriam processar o Estado, por não ser avisado do enorme perigo que correm, em sua estada. É uma vergonha que ainda se continue buscando visitantes no exterior, se cada um que põe seu pé no Rio está correndo sério risco de morte, como ocorreu, de novo, com uma anciã espanhola, nessa semana. Trágico e lamentável!
O DESRESPEITO AOS DEFICIENTES
Pobres dos cadeirantes! Pobres dos que não enxergam ou têm alguma outra deficiência física! Andar pelas ruas de Porto Velho é entrar numa maratona do terror. Não há acesso. Não há sinalização correta. Carros, motos e outros veículos tomam conta de calçadas, por onde deviam circular as cadeiras de rodas ou caminhar, com suas guias, os deficientes visuais. Eles conseguiram já alguns avanços, como ônibus com elevador, mas tudo é ainda muito embrionário. Nessa semana, quando ocorreu uma audiência pública sobre os problemas que os deficientes enfrentam, na Assembleia (a proposta foi do deputado Léo Moraes), pode-se ouvir muitas queixas e protestos, porque o direito dos deficientes, praticamente em todas as áreas, ainda estão longe de serem respeitados. O secretário da Semtran, Marden Negrão, falou sobre o planejamento da cidade e a preocupação com o transporte coletivo para deficientes, mas, é claro, isso é muito pouco para tanta gente que precisa, já, de atenção e respeito. O assunto precisa voltar seguidamente à pauta de debates, não só na Assembleia Legislativa, como também em todos os órgãos públicos. Na Câmara Municipal, por exemplo, o tema sequer é discutido.
A ESPERANÇA NA RODOVIÁRIA...
Com umas duas décadas de atraso, a nova Rodoviária de Porto Velho voltou à pauta essa semana. Pouca gente ainda acredita que um dia ela sairá do papel, até pelas inúmeras vezes em que a obra foi anunciada e, é claro, jamais se tornou realidade. Nesta semana, o prefeito Hildon Chaves recebeu uma equipe do DER para discutir novamente o assunto. O Governo vai repassar mais de 40 milhões de reais à Prefeitura, que ficará responsável pela execução da obra. Há, claro, inúmeros empecilhos ainda pela frente, mesmo com a grana em caixa. Não existe uma área para a futura Rodoviária. Quando ela aparece, surgem obstáculos de todos os lados, exigindo que sejam feitos estudos de impacto disso, impacto daquilo, de análise do solo lunar e coisas do gênero, Obra em Porto Velho tem pitaco de todo o mundo. Talvez por isso um enorme viaduto em Ji-Paraná tenha sido construído em menos de um ano e os da Capital há oito esperam serem concluídos. Mesmo assim, ainda há esperança, mesmo com tanta gente jogando contra. A coluna, infelizmente, não tem esperança alguma de que a obra se torne realidade ainda nesta década...
A LEITORA MARIANA CARVALHO
A deputada Mariana Carvalho ficou, outra vez, pelo menos uma hora e meia, falando quase sozinha, não só na TV Câmara, como em várias redes nacionais de TV, nessa quarta. Dos 71 deputados que assinaram o ponto, apenas 18 acompanharam a longa leitura do parecer do deputado Bonifácio de Andrade, que rejeita a nova denúncia contra o Presidente Michel Temer, assessores e ministros. Na primeira denúncia contra Temer, Mariana leu o enorme texto por mais de três horas e meia. Dessa vez, o parecer foi menor, do mesmo tamanho da chance de que a Câmara autorize que o Presidente seja processado. A oposição tentou de tudo para mudar o quadro, mas só mesmo se houver uma mudança radical nas posições já anunciadas, é que o processo vai em frente. Mariana leu todo o texto do parecer num plenário quase vazio. Mas nesta quarta a Câmara certamente estará cheia. São necessários 342 votos para que o Presidente responda um processo no Supremo. É muito provável que a oposição tenha menos votos do que teve por ocasião da primeira denúncia. Essa já foi. Espera-se agora por nova denuncia. Até lá, o país vai parar de novo....
PERGUNTINHA
Você sabia que ministros do STF assumiram o Governo e passaram a decidir o que vale e o que não vale nas decisões do Executivo e do Legislativo, como por exemplo na Portaria sobre mudança na lei do trabalho escravo?
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OPINIÃO DE PRIMEIRA (SERGIO PIRES)
Colaborador do www.quenoticias.com.br: Sérgio Pires, experiente jornalista e que escreve a coluna OPINIÃO DE PRIMEIRA no jornal Estadão do Norte. Atua também na TV Candelária, onde apresenta aos sábados o programa Candelária em Debate e diariamente o "PAPO DE REDAÇÃO" na rádio Parecis FM. Contato através e-mail: ibanezpvh@yahoo.com.br / celular: 81 24 24 24