TEXTURA DE ENCANTAMENTO
Fascina-me a textura que a vida realiza e creio que Deus está sempre por trás. Admiro o trabalho da Fundação “Antonio-Antonieta Cintra Gordinho”, que tem como diretora a psicóloga Patrícia Razza. E Da. Antonieta Cintra Gordinho, de quem ouvia falar desde criança, aprendi a aplaudir por suas atitudes concretas em relação a menores empobrecidos. Minha bisavó materna, Celicina Mendes Pereira Gandra, era sua tia avó.
A Fundação promoveu, em 23 de novembro, o 11º Fórum Social, tendo como palestrante Amyr Klink. O Fórum é o resultado de meses de reuniões da Fundação com outras entidades, dentre as quais a Casa da Fonte – CSJ, que é bem representada por sua assistente social, Pérola Maria Dolce. A estrutura é da Fundação e impecável em todos os aspectos, em meio aos quais destaco o acolhimento, que faz cada pessoa se sentir notável. Meus cumprimentos, em especial, à vice-presidente, Da. Maria Theresa P. Gordinho Amaral de Oliveira, à Patrícia e à jornalista Cláudia Marin.
Jamais imaginei participar de uma palestra de Amyr Klink, a quem aprecio, e muito, desde a década de 80. Em um tempo de turbulência na aceitação do trabalho da Pastoral da Mulher/ Magdala, que completou 35 anos – escândalo para muitos trazer mulheres excluídas, pobres, inúmeras delas negras, para a Catedral -, sustentava-me, é lógico, em Deus, contudo, humanamente falando, fortaleciam-me os relatos de suas viagens: um ideal forte, uma busca incessante e a superação em “mares turbulentos”. Li e reli, na época e na década seguinte, “Cem Dias entre o Céu e o Mar”. Contei-lhe e agradeci. As viagens dele encorajaram as minhas pelos meandros do submundo.
Ele é aquilo que fala: humildade, simplicidade, sabedoria, o conhecimento para o desafio nas rotas, o testemunho do benefício de cada experiência, a aposta no sonho, que não permite deixar o tempo passar na inutilidade, a visão dos demais provedores a partir da prática de ser o seu próprio provedor, o olhar direito de um jeito diferente...
O pensamento em destaque dele para a palestra foi: “Com um barco, você não vai apenas atrás do mundo, mas coloca pedaços do mundo, por onde anda, nas janelas de sua casa”. E a vida é bem isso, não se pode, porém, caminhar com janelas fechadas. Há um sussurro que chama e se você içar a vela, saboreará o sentido maior de sua existência.
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -
Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.