Trump aposta nos latinos evangélicos para tentar virar eleição na Flórida
Da reportagem de Marina Dias na Folha de S.Paulo.
Em cima do palco da igreja evangélica Nación de Fe, na Flórida, Jeff Mojica canta acompanhado de banda, backing vocal e um grupo de dançarinos.
Nascido em Porto Rico, o jovem de 21 anos mudou-se para os EUA ainda criança e, há dois meses, virou um dos líderes da igreja em Kissimmee, cidade de 70 mil habitantes que se tornou símbolo da luta de Joe Biden para conquistar o estado que pode custar a reeleição de Donald Trump.
É ali, perto de Orlando, que muitos porto-riquenhos se estabelecem ao deixar a ilha caribenha, território americano que tem passado por agudas crises socioeconômicas. Seus cidadãos, aptos a votar nos EUA, são uma das principais apostas do democrata para decolar na Flórida.
Pessoas de origem latina tendem a votar em candidatos democratas —71% delas escolheram Barack Obama em 2012 e 66% optaram por Hillary Clinton em 2016. Entre porto-riquenhos, a fatia é ainda maior: três em cada quatro preferem o partido de Biden quando vão às urnas.
“Como cristãos, temos valores que devemos seguir, ser pró-vida [contrário ao aborto] e tudo o que for em benefício de buscar Deus. Trump tem apoiado isso e, portanto, nós [da igreja] o apoiamos”, explica Mojica.
“Biden é contra as famílias, não é pró-vida, é aberto à homossexualidade, coisas que a igreja não apoia.”