TRUMP REVISITA O FASCISMO ESPANHOL: "MORRA A INTELIGÊNCIA, VIVA A MORTE!"
Unamuno, com barba branca, saindo da Universidade após confrontar os fascistas
Em outubro de 1936, numa solenidade que tinha lugar na universidade espanhola de Salamanca, algum professor dormia com o inimigo, proferindo um discurso de exaltação à irracionalidade franquista.
Os descerebrados presentes se empolgaram e um deles gritou o lema da Falange fascista: "Viva a morte!". Outros o secundaram, bradando esta e outras palavras de ordem a favor de uma Espanha monárquica, ultranacionalista e ultracatólica no mau sentido. Enfim, como sempre brigavam com o presente e exigiam uma volta ao absolutismo feudal.
Lá estava também o general Milan-Astray, cujos seguidores ergueram o braço, fazendo a saudação usual ao ditador Francisco Franco em pleno ambiente universitário, como se ele se encontrasse no local. Uma contradição em termos.
Milan-Astray, o parceiro da morte.
O reitor Miguel de Unamuno, um liberal humanista, confrontou corajosamente a horda, dizendo que falaria porque "ficar calado significaria mentir e o silêncio pode ser interpretado como aquiescência".
Rebateu a pretensão dos fascistas de estarem defendendo a civilização cristã, acrescentando que estava em curso uma guerra civil na qual vencer não significava convencer, mesmo porque "o ódio que não deixa lugar para a compaixão não pode convencer".
O general Milán-Astray perdeu as estribeiras ao ouvir as fortes críticas ao seu modelo para a Espanha e, furibundo, urrou: "Morra a inteligência, viva a morte!".
Unamuno finalizou com uma frase que entraria para a História: "Vencereis, porque lhes sobra força bruta. Mas não convencereis, porque para convencer é preciso persuadir. E para persuadir é necessário algo que lhes falta: razão e direito na luta.".
Os descendentes de Unamuno começam a articular uma forte resistência civilizada à nova caça às bruxas ora em curso, tendo na última terça-feira (22) realizado a primeira manifestação generalizada contra as trevas trumpianas: cerca de cem reitores, representando dezenas de instituições acadêmicas, incluindo Yale, Princeton e Harvard, denunciaram a "interferência governamental sem precedentes" no ensino superior.
No dia anterior, Harvard iniciara a batalha jurídica ao estrangulamento financeiro como arma trumpiana para obter o que Unamuno qualificaria de aquiescência dos bem pensantes: entrou com uma ação judicial contra o bloqueio, por parte do Governo Trump, de US$ 2,2 bilhões em subsídios federais, como represália por tal universidade por haver rejeitado as exigências infames dos descendentes de Franco e do general Milan-Astray.
A China, apostando na inteligência, redobra esforços para se colocar cada vez mais na dianteira científica e tecnológica, inclusive fazendo altos investimentos para atrair cientistas de outros países - enquanto Trump, flertando com a morte, os aterroriza ao impor uma recaída dos EUA no macartismo.
Não preciso de bola de cristal para saber quem sairá fortalecido das atuais escaramuças e quem marcha para um fracasso retumbante e para o fim da hegemonia que herdou dos campos de batalha da segunda guerra mundial. (por Celso Lungaretti)
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