UM PRESIDENTE ALGEMADO PELA ESQUERDA

8 de agosto de 2019 655

 Se eu pensasse com o “traseiro”, ou com algum outro órgão   “pensante” similar, no lugar do cérebro, como deve ser, provavelmente  a essa  altura dos acontecimentos  eu   também   já estaria arrependido de ter optado  por Jair Bolsonaro, para Presidente da República ,nas eleições  de outubro de 2018.

Mas fi-lo por múltiplas razões. E acredito não ter errado.   A principal delas reside   na absurda   hipótese do  “diabo”,ou  de algum “demônio”, ter  competido nas eleições  de 2018  com o  candidato do PT .  Se isso tivesse ocorrido ,com  certeza eu teria trabalhado e votado   “nele”, em desfavor da esquerda  ,  que por muito pouco não  destruiu o Brasil , de 1985 a 2018, mais acentuadamente  depois de  2003, tamanha a roubalheira implementada  nesse período, o que  alguns  entendidos  garantem    ter superado o valor do PIB brasileiro (cerda de 6,5 trilhões de reais),chegando à estupenda cifra  de  10 (dez) trilhões de  reais. E os resultados dessa “quebra” de um país estão aí para qualquer um constatar. São os malfeitos políticos e governamentais acumulados durante 33 anos, sempre capitaneados pela “obra prima” da esquerda, a Constituição de 1988 ,principal responsável  “escrita” pelos descalabros  morais,políticos, administrativos e econômicos , hoje  reinantes, e que  possuem  a força necessária  para “algemar” e imobilizar  qualquer governo, inclusive o de Bolsonaro,  que inexplicavelmente ainda se  dobra e faz “juras de amor” sobre  a constituição e leis  deixadas pelos seus algozes  ,impondo-lhe  a quase total ingovernabilidade.

E foi precisamente com base nessa constituição espúria que escreveram uma parafernália de leis, praticamente imobilizando os poderes da Presidência da República, deixando-a  totalmente “refém” do Poder Legislativo, origem do vício  político mais  conhecido como  “toma lá-dá-cá”.                                                                

Com  base  nessa realidade político-administrativa ,conseguiram retirar  da Presidência da República uma infinidade de poderes administrativos , inclusive o “poder discricionário” ,indispensável ao bom funcionamento de qualquer   governo. O mais significativo exemplo dessa “castração” dos poderes administrativos  de Bolsonaro é a situação do “COAF”,que  pelos termos Constituição deveria ser da exclusiva competência do Presidente da República, mas que através de normas infraconstitucionais (leis), esse órgão  passou a ser gerido somente com o “aval” do Congresso Nacional ,para qualquer  iniciativa do Presidente da República  sobre a sua organização e funcionamento.  Os Presidentes (políticos) anteriores, após o Regime Militar, jamais  tiveram esse problema . A razão é   simples: sempre se submeteram  ao “toma lá-dá-cá”.  À  permuta de interesses   entre os membros dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Bolsonaro está pagando um alto preço por não ter aderido  de “corpo-e-alma” a esse “troca-troca” entre os Três Poderes.

Mas a quadrilha de delinquentes políticos responsáveis[M1]  pela trágica situação  de hoje , tanto nos aspectos políticos,quanto morais,econômicos e sociais, ainda têm o desplante ,a ousadia   e a cara-de-pau de lançar na “conta” do Governo Bolsonaro todas as causas e consequências dos malfeitos que  eles mesmos plantaram e executaram  durante tanto tempo.

Desse modo, o grande dilema  de Bolsonaro estaria numa espécie de “crise de identidade”. Sua Excelência  não estaria sabendo  ao certo  se mais  se identificaria  com o militar que foi no passado ,ou com o político que se tornou mais tarde.                                                                                                                                                                      

A desvantagem do “político” Bolsonaro, em relação ao seu lado “militar”, está  em  que na política existem  mais vícios que na caserna. E Bolsonaro conseguiu a sua candidatura presidencial não pela sua condição de militar, porém  pela de  político.  E para mim esse detalhe não “soma” nada. É só olhar para o passado e verificar que os melhores presidentes não foram os políticos. Foram os militares. Tanto é  que foi   durante o Regime Militar,de 1964 a 1985,que o Brasil conseguiu cumprir à risca o lema positivista  inscrito  na sua bandeira. Foi o melhor período de “ordem” e “progresso”, além da “paz” e  “segurança pública”, asseguradas  ao povo brasileiro, em contraste com a “desordem” ,“retrocesso”, ”violência” e “insegurança”  patrocinados pela esquerda durante  todo  o tempo em que mandou.

Mas o atual Presidente sem dúvida  tem muitas  virtudes. Mas   também algumas deficiências, como qualquer outra pessoa “normal”. É  uma pessoa correta e  bem intencionada . Mas infelizmente caiu  nas armadilhas da  esquerda , chamadas “leis”,  que estão impedindo  a sua plena governabilidade. O próprio Presidente  até já reconheceu   que também o Estado Brasileiro foi “aparelhado” pela esquerda.  E esse “aparelhamento” está presente  nas próprias leis.  Questões  simples de “governo” foram transformadas em “questões de Estado”, e assim transformadas  em lei.  E Bolsonaro não pode mexer em nada,  sem o “amém” do Congresso, ou seja, sem o tradicional  “toma lá-dá-cá”. O caso da reforma da previdência em curso está passando dos limites do tolerável.

Então, pelo que se observa,uma das deficiências mais marcantes do Governo  Bolsonaro  tem sido  a sua  FALTA DE CORAGEM . Nesse ritmo em que   anda o seu governo  ele vai terminá-lo  sem ter conseguido nada, refém que ficou dos Poderes Legislativo e Judiciário e das leis que o  “amarram”.

Mas a classe política não é nada confiável para estabelecer uma nova ordem política e legal. Se deixarem essa missão para “eles”, provavelmente sairia coisa pior do que já  está aí. E os brasileiros  necessitam urgentemente se libertar da escravidão a que sempre  foram  submetidos  pelos seus  políticos.  Por que somente  essa “curriola” de maus elementos  acampados na política tem o direito de  fazer as leis e governar?  Será que o povo brasilero não conseguiria  gente mais decente e capacitada que os políticos  para executar  essas tarefas? Não seria melhor a confecção de uma nova  constituição por um grupo de reconhecidos sábios ao invés desses  políticos malandros ? Desses mesmos políticos malandros que enchem  o peito quando passam a ser chamados de “constituintes”? Será que os brasileiros  necessitariam continuar refém dos seus  políticos para sempre?

Apesar de tudo, todos os males que  atravancam o desenvolvimento e a paz social do Brasil poderiam ser afastados  num só “canetaço”. A Constituição autoriza. Todos sabem qual é o artigo a que me refiro  ,e que  poderia fazer o  “milagre” da salvar um país à beira do caos. E esse artigo poderia ser utilizado tanto pelo Presidente da República, quanto pelo PODER MILITAR ,com inteira  autonomia, independentemente de Bolsonaro continuar  governando,ou não.

Sérgio Alves de Oliveira/Advogado e Sociólogo

 


 

O CONTRAPONTO

Sérgio Alves de Oliveira