URNAS “PRÓ” LULA?

4 de junho de 2022 1739

Devido à ditadura do cerceamento do pensamento e  sua expressão imposta por autoridades das instâncias maiores do Poder Judiciário Brasileiro,ferindo mortalmente o artigo 5º,IV,da Constituição,vou me limitar a extrair a síntese de um trabalho abrangente  sobre “modelos e gerações dos equipamentos de votação eletrônica”,escrito em 2014 ,pelo engenheiro Amilcar Brunazo Filho,membro do Comitê Multidisciplinar Independente ,e Representante Técnico do PDT junto ao TSE,Coordenador do Fórum do Voto-E na internet”.

É importante salientar,portanto,que o referido  articulista escreveu o texto  na qualidade de “representante técnico do PDT junto ao TSE”,portanto de um partido declaradamente de esquerda, e integrante do Foro San Pablo,aquela organização clandestina plurinacional,fundada por Lula e Fidel Castro, em 1990, que busca implementar o socialismo na América Latina,dela fazendo a “Patria Grande”.

Reservada a opinião que eu possa ter a respeito do assunto,meu objetivo não passa de destacar o que considero da maior relevância  nesse texto,deixando o leitor inteiramente à vontade para tirar as suas próprias conclusões.

Mas procuro demonstrar acima de tudo que na verdade ninguém está questionando a votação eletrônica no Brasil,como muitos dão a entender,porém o MODELO DAS URNAS,de 1ª Geração,adotado atualmente no mundo  exclusivamente pelo Brasil,tendo sido abandonado por todos os outros países,que já adotaram os modelos de 2ª ou 3ª geração,devido à fragilidade das urnas de 1ª Geração,sujeitas à manipulações e fraudes.

Não se trata, portanto,de  “paranoia” a contestação do Presidente Bolsonaro ao modelo de votação eletrônica adotado no Brasil. O risco de fraude nas urnas eletrônicas de 1ª Geração,como é a do Brasil,é apontado por gente especializada vinculada a partido de esquerda.

Algumas “pinceladas”do maravilhoso texto:

A relutância do TSE em manter o atual sistema de votação eletrônica começa no julgamento da ADI 4543 no STF,em outubro de 2013,relatado pela Ministra Carmen Lúcia ,que à época presidia o TSE. O STF analisou os três modelos existentes,conhecidos como DRE,VVPAT, e E2E.

O modelo DRE,de 1º Geração,ainda adotado no Brasil,já foi abandonado em todo o mundo,devido a sua falta de transparência e absoluta dependência do software. É o mais atrasado de todos os modelos. Significa dizer que as máquinas DRE resultam na inconfiabilidade do resultado publicado porque fica totalmente submetido ao software instalado. De 2006 a 2014, Holanda,Alemanha,EUA,,Canadá,Rússia,Bélgica,Argentina,México,Paraguai,Índia e Equador abandonaram o modelo DRE e adotaram modelos mais avançados,EXCETO o Brasil,em todo o mundo.

Já as principais características dos equipamentos VVPAT (IVVR ou VICE) é que eles passam a ser independentes do software. O registro digital dos Votos (RDV) e a sua apuração eletrônica podem ser conferidos por ações contábeis de auditoria,independentes do desenvolvedor de software e do administrador do sistema. A partir de 2006 desenvolveu-se o “Princípio da Independência do Software em Sistemas Eleitorais”,que aos poucos foram adotados em todos os países de votação eletrônica,”fora” o Brasil.

A 3ª Geração-E2E começou em 2008,facilitando os procedimentos de auditoria,tanto do registro do voto,como durante a sua apuração e totalização.

Não pretendo  “roubar”o trabalho do Engenheiro Amilcar B.Filho. Por esse motivo recomendo acesso ao texto original,no site “brunanzo.eng.br/voto-e/textos/modelos E.htm”,sob título “Modelos e Gerações dos equipamentos de votação eletrônica”,contendo excelentes gráficos da situação do voto eletrônico no mundo.

Portanto o ceticismo e a contrariedade ao modelo de votação eletrônica praticado no  Brasil não significa nenhum “ataque” contra a Justiça Eleitoral,nem à própria “democracia ,como “insinua ”Sua Excelência o Ministro Edson Fachin,porém,ao contrário, a defesa e a luta pela preservação da autêntica  Justiça Eleitoral . E da própria democracia.

Que  cada um tire as suas próprias conclusões !!!

Sérgio Alves de Oliveira

Advogado e Sociólogo

 

 

 

Fonte: SÉRGIO ALVES DE OLIVEIRA
O CONTRAPONTO

Sérgio Alves de Oliveira