Bate-Estaca aprova revanche com Namajunas e explica golpe: "Foi igual levantar uma pluma"

12 de maio de 2019 323

Marcelo Barone, Marcelo Russio e Raphael Marinho — Rio de Janeiro

 

Jéssica Andrade, a Bate-Estaca, fez jus ao apelido. Na luta principal do UFC Rio 10, na madrugada deste sábado para domingo, ela usou o golpe para nocautear a então campeã Rose Namajunas no segundo assalto e tomar o cinturão peso-palha (até 52kg) do Ultimate, depois de passar sufoco contra a americana. A dificuldade encontrada para conquistar o título fez Jéssica aprovar a revanche imediata.

- Para mim foi muito bom lutar com a Rose hoje. Consegui realmente ver em detalhes, sentir a mão dela para saber o que fazer na próxima luta. Com certeza o UFC vai dar a revanche. Eu aceito porque, para provar que ganhou, tem que fazer duas vezes a mesma coisa. Vou estar bem preparada, focar mais na movimentação. Ela estava com a mão mais rápida. Mas a estratégia era cansar no primeiro round e, do segundo em diante, já notei que os braços dela estavam mais lentos e ela aceita todos os chutes. Queda então, parecia que ela era uma peninha, tava facinho. É melhorar a movimentação, mas no terceiro round para a frente ia acontecer alguma coisa - afirmou, na coletiva de imprensa pós-evento.

A facilidade para aplicar quedas em Namajunas, segundo Bate-Estaca, foi grande e surpreendeu a agora campeã.

- A Rose me deu essa oportunidade de conquistar o cinturão dentro de casa, o cinturão novo, já estava namorando ele há um tempinho. Graças a Deus aconteceu. Estou muito feliz de estar aqui. Foi a maior conquista que já tive na minha carreira, graças ao mestre Paraná. Ele comentou comigo que se ela pegasse num triangulo, era para dar o bate-estaca. Quase nunca faço, mas sou boa nisso. No final, eu entrei, ele falou para livrar a cabeça, eu ergui ela e foi igual levantar uma pluma. Ela estava muito levinha e nem eu imaginava que era tão leve daquele jeito. Até então queria jogar ela de costas para trabalhar o ground and pound e aconteceu isso, mas acabou sendo melhor (risos).

Confira outros trechos da entrevista de Jéssica Andrade:

Dificuldades no início da luta

Bem no começo, quando abriu o olho, pensei: "Mas já? Acho que não vai dar certo". Mas logo em seguida vi que conseguia esquivar, o sangue tampou o olho, mas mantive a calma, a estratégia estava certa. No segundo round conversei com mestre, senti a mão dela, sabia o que podia acontecer e fomos para cima. Investi no chute, que ela estava cansando com o chute. Quando botei na grade, ele (Mestre Paraná) falou: "Pode ir que vai dar". Nem acreditei que dei um bate-estaca, mas dei.

Provocação de Joanna Jedrzejczyk e mudanças para revanche com ela

Acredito que a questão da movimentação, que tenho que melhorar. Eu já sabia que a Joanna ia fazer isso (de provocar), é praxe dela, mas mostrei para ela que o que ela falou para mim, que (ser campeã) era uma ilusão, virou realidade. E a Jéssica de dois anos atrás não é a mesma. Estou bem mais forte nas quedas, na trocação, vou investir muito em um camp de muay thai para melhorar a movimentação, cortar bem o octógono e acredito que não terá muita chance de ela conseguir o cinturão de volta.

Lutadora mais perigosa para enfrentar

A mais perigosa de todas elas é a Tatiana (Suarez). Tem um jogo de chão muito bom, é insistente. Mesmo eu tendo jiu-jítsu muito bom, ela é uma incrível grappler, tenho que tomar cuidado com isso, trabalhar bem as quedas. Na trocação vai ser difícil alguém me nocautear, tenho queixo bem firme. A gente sai todo estourado e rasgado, mas dá certo no final.

Preocupação com Namajunas após o nocaute

A gente treina para chegar ali e fazer uma boa luta, todo mundo sair bem. No momento eu não tinha visto o que tinha acontecido. Vi que ela tinha caído e desmaiado. Ainda dei mais uns dois socos e o juiz entrou no meio. Mas até então não entendi a proporção do que tinha feito. Logo em seguida fiquei muito preocupada, mas ela acordou. Fiquei mais tranquila e aí pude comemorar de verdade, não matei ela, ela está viva. Nem eu imaginava que ia acontecer aquilo. Acredito que aconteceu porque ela continuou segurando meu braço, mas como a queda foi muito alta, não teve jeito. Caiu com o rosto e foi nocaute na hora. Mas no começo fiquei bem preocupada.

Provocação de Joanna Jedrzejczyk e mudanças para revanche com ela

Acredito que a questão da movimentação, que tenho que melhorar. Eu já sabia que a Joanna ia fazer isso (de provocar), é praxe dela, mas mostrei para ela que o que ela falou para mim, que (ser campeã) era uma ilusão, virou realidade. E a Jéssica de dois anos atrás não é a mesma. Estou bem mais forte nas quedas, na trocação, vou investir muito em um camp de muay thai para melhorar a movimentação, cortar bem o octógono e acredito que não terá muita chance de ela conseguir o cinturão de volta.

Lutadora mais perigosa para enfrentar

A mais perigosa de todas elas é a Tatiana (Suarez). Tem um jogo de chão muito bom, é insistente. Mesmo eu tendo jiu-jítsu muito bom, ela é uma incrível grappler, tenho que tomar cuidado com isso, trabalhar bem as quedas. Na trocação vai ser difícil alguém me nocautear, tenho queixo bem firme. A gente sai todo estourado e rasgado, mas dá certo no final.

Preocupação com Namajunas após o nocaute

A gente treina para chegar ali e fazer uma boa luta, todo mundo sair bem. No momento eu não tinha visto o que tinha acontecido. Vi que ela tinha caído e desmaiado. Ainda dei mais uns dois socos e o juiz entrou no meio. Mas até então não entendi a proporção do que tinha feito. Logo em seguida fiquei muito preocupada, mas ela acordou. Fiquei mais tranquila e aí pude comemorar de verdade, não matei ela, ela está viva. Nem eu imaginava que ia acontecer aquilo. Acredito que aconteceu porque ela continuou segurando meu braço, mas como a queda foi muito alta, não teve jeito. Caiu com o rosto e foi nocaute na hora. Mas no começo fiquei bem preocupada.

Provocação de Joanna Jedrzejczyk e mudanças para revanche com ela

Acredito que a questão da movimentação, que tenho que melhorar. Eu já sabia que a Joanna ia fazer isso (de provocar), é praxe dela, mas mostrei para ela que o que ela falou para mim, que (ser campeã) era uma ilusão, virou realidade. E a Jéssica de dois anos atrás não é a mesma. Estou bem mais forte nas quedas, na trocação, vou investir muito em um camp de muay thai para melhorar a movimentação, cortar bem o octógono e acredito que não terá muita chance de ela conseguir o cinturão de volta.

Lutadora mais perigosa para enfrentar

A mais perigosa de todas elas é a Tatiana (Suarez). Tem um jogo de chão muito bom, é insistente. Mesmo eu tendo jiu-jítsu muito bom, ela é uma incrível grappler, tenho que tomar cuidado com isso, trabalhar bem as quedas. Na trocação vai ser difícil alguém me nocautear, tenho queixo bem firme. A gente sai todo estourado e rasgado, mas dá certo no final.

Preocupação com Namajunas após o nocaute

A gente treina para chegar ali e fazer uma boa luta, todo mundo sair bem. No momento eu não tinha visto o que tinha acontecido. Vi que ela tinha caído e desmaiado. Ainda dei mais uns dois socos e o juiz entrou no meio. Mas até então não entendi a proporção do que tinha feito. Logo em seguida fiquei muito preocupada, mas ela acordou. Fiquei mais tranquila e aí pude comemorar de verdade, não matei ela, ela está viva. Nem eu imaginava que ia acontecer aquilo. Acredito que aconteceu porque ela continuou segurando meu braço, mas como a queda foi muito alta, não teve jeito. Caiu com o rosto e foi nocaute na hora. Mas no começo fiquei bem preocupada.

Melhora na vida financeira

Vou te falar que foram os dois extremos. Até um tempo atrás, tinha que vender material de treino e hoje, graças a Deus, tenho a vida financeira maravilhosa, tenho dois carros, uma casa bonita, um monte de cachorros. Estou muito feliz. Vi uma entrevista minha de muito tempo atrás, de quando entrei no UFC, dos sonhos que tinha. Na época era ter uma cama box e uma TV maior com Canal Combate. Coisas que a gente não lembra, mas vamos conquistando aos poucos e hoje meu maior sonho é poder realizar o sonho da minha equipe, de botar mais gente no UFC e dar mais orgulho para o meu mestre, porque não precisei sair da equipe e nem do Brasil para me tornar campeã do UFC. De verdade, não tem preço.

Possibilidade de Namajunas se aposentar

Até então não sabia disso. A gente fica triste de ver, ela é uma grande lutadora. Vi o quanto ela evoluiu desse tempo para cá, tudo que ela fez com a Joanna na luta, então é meio ruim a gente ver uma menina com tanto talento querer se aposentar, mas todo mundo sabe sua hora. Tem gente que ama isso aqui e quer viver mais que o normal e tem gente que acha que não dá mais tempo, não é o suficiente e quer buscar coisas novas na vida. Acredito que cada um tem a sua escolha. Se ela escolher não lutar, vou ficar muito triste porque gostaria da revanche, ela é uma menina incrível. Vimos a mulher que ela é, quão respeitosa ela é, o mestre dela foi no vestiário e me deu a petequinha que eles jogam. Vou até aprender a brincar para jogar com ela depois. Mas é a escolha de cada um. Se não quiser a revanche, vou entender e me preparar para a próxima.

Jessica Bate-Estaca ganhou o cinturão peso-palha no UFC 237 â?? Foto: André Durão

Jessica Bate-Estaca ganhou o cinturão peso-palha no UFC 237 — Foto: André Durão

Aulas de inglês

Já era uma coisa que eu vinha falando com o mestre. Tenho que fazer curso de inglês, passar uma pequena temporada nos Estados Unidos para realmente falar inglês. O contato com o patrão, com todo mundo, pelo menos entender o que estão falando. Às vezes querem falar, mostrar carinho e você não entende nada e só sabe pedir desculpa. Agora é meu próximo passo: aprender a falar inglês para me comunicar com todo mundo e ter fãs no mundo inteiro.

O que fazer para conquistar o grande público no Brasil e se tornar uma estrela?

Acredito que o primeiro passo é ficar no Brasil, porque todo mundo se torna campeão e vai para fora do Brasil. Acaba que o nosso público não te vê. Ficar no Brasil é um grande passo. Vou continuar aqui sendo a mesma pessoa, tratando todo mundo bem, cumprimentando todo mundo, tirando foto, isso é meu diferencial de todas as meninas. Ser humilde e a mesma pessoa sempre.

Importância do treinador Gilliard Paraná, líder da PRVT

Meu mestre é um cara que nunca acreditaram nele. Começou tudo em Curitiba, na sala da mãe dele, a mãe faxineira, o pai pedreiro. Lembra minha história porque minha mãe trabalha em casa e meu pai é roceiro. Quem ia acreditar em pessoas como nós? Ele tinha a mãe dele, que fazia faxina e investia no sonho dele. Em seguida ele montou a PRVT, hoje temos 12 anos de PRVT. Cinturão dei para ele porque, se não fosse ele na minha vida, não seria quem sou hoje. Essa vitória não é só minha, é dele também. Se não me ensinasse tudo que me ensinou não só na luta, mas na vida, não seria quem sou hoje. A vitória é mais dele do que minha.

Motivo do uso do cocar para entrar nas lutas

A mnha descendência é indígena, mas o cocar vem mais da minha religião. Sou umbandista e a minha religião busca muito a força da natureza, do meu pai Oxossi. Quando entro com aquele cocar sinto a energia, a vibração e sinto que estou indo reforçada, com todos eles ali.

Possível oponente caso não tenha revanche contra Namajunas

Se o UFC não der revanche imediata, acredito que a vencedora de Tatiana (Suarez) x Nina (Ansaroff) seja a nova desafiante. Vou esperar, cada vez ficamos mais visados, então vou continuar treinando. Vou esperar.