Com menos direitos e salário mais baixo, trabalho intermitente cresceu 70% em um ano
Dois anos após a aprovação da reforma trabalhista, o trabalho intermitente — modalidade criada pelas novas regras e na qual o funcionário pode ser chamado ao serviço apenas algumas vezes por semana — decolou. Em novembro, 12% das vagas criadas com carteira assinada no país foram de trabalho intermitente.
Ao todo, 11.354 dos 99.232 postos abertos no mês passado foram deste tipo, um recorde. Empresas de diferentes portes já aderiram ao modelo, incluindo grandes redes como Lojas Renner, Magazine Luiza, Burger King e hotéis Hilton.
Se nos primeiros 12 meses após a reforma (que foi aprovada em novembro de 2017) apenas 47.729 vagas foram criadas com trabalho intermitente, nos últimos 12 meses foram 82.536: um salto de 70%.
Especialistas afirmam que este tipo de contrato, que garante salário e direitos como férias e décimo terceiro proporcionais aos dias trabalhados, é mais precário do que o modelo convencional, mas serve de porta de entrada para quem está fora do mercado.