EDUCAMOS MELHOR OS CACHORROS, QUE OS FILHOS
A juventude sempre foi irreverente e desrespeitosa. Através dos séculos, os mais idosos, teceram sempre, severas criticas, aos desregramentos e desmandos dos mais novos.
Apesar de tudo, sempre houve respeito pelos pais e avós; e estes sempre se fizeram respeitar.
Se a mãe, por natureza, mais benévola, desculpava, encobrindo abusos, esta, sentindo a autoridade em perigo, pedia auxílio:
- “ Olha: que vou contar ao pai! …” - E bastava para que tudo entrasse no bom caminho.
Entrava no bom caminho, porque já se sentiam felizes, se o progenitor, resolvesse tudo, com simples palmada, acompanhada de raspanete, e voz dura e seca.
Outrora, na maioria das vezes, os castigos, metiam: cinto de couro, palmatoadas, bofetadas, e privações ríspidas.
As crianças ficavam traumatizadas? - Pensa, agora, o leitor.
Talvez. Mas decorrido horas, tudo era esquecido, quando não era por sistema, – pelo menos assim se pensava.
Após a 2ª Grande Guerra, os pais – aconselhados por psicólogos; - querendo dar mais liberdade, alteraram os castigos corporais, por palavras mansas.
As crianças deviam crescer, sem limitações. Por imitação e amor, compreenderiam, mais tarde, os erros.
Essa teoria espalhou-se, e não sendo errada – pelo contrário, – precisa de se adaptar ao temperamento e índole da criança.
Sentem-se, agora, muitos progenitores desnorteados; desconhecendo como agir, para que os filhos, sejam mais tarde, cidadãos responsáveis.
Assistimos, então, à degradante situação de ver a mãe, a ser pontapeada, no supermercado, pela filha; ou o pai, ser tratado (na melhor das hipnoses) como colega do colégio! …
Estava a divagar sobre o tema, quando o amigo Júlio, saiu-se com esta:
- “ Já reparaste que os cães, quando viajam, portam-se melhor que ao adolescentes…e até que muitos adultos?! …
Sim, já tinha reparado.
Fico pasmado, a ver cachorros, à porta do supermercado, à espera do dono. Calmo, sem estrebuchar, sem berros nem gritarias…sem ladrar e uivar! …
Fico, também, admirado, ao entrar no Metro, e encontrar cãozarrão, deitado sob o banco ou sentado ao lado da dona; comportando-se melhor que muitas crianças e adolescentes.
Estava a refletir no que o Júlio me tinha dito, quando este dispara:
- Esse comportamento, prova, que se educa melhor, a viver em sociedade, os cachorros, do que os filhos…”
Incapazes de os educar, atiram-nos para a Escola, na esperança que a educadora ou o professor, faça o que não conseguiram.
Olvidando que o papel do professor, é ensinar, e não educar, porque há muitas educações…Quanto muito, pode transmitir-lhes regras de civilidade.
Dizem-me que poucos querem seguir a carreira docente, não admira: além de mal pagos, passaram a ser vítimas dos alunos, e muitas vezes, dos pais destes.
Vivemos numa sociedade onde os valores se inverteram… e mal é de quem discorda…A liberdade de expressão, encontra-se cerceada pela “ maioria” ruidosa; e esta, é quase sempre, malcriada, grosseira e imoral.