Não dá mais para negar: Johnny Walker é um fenômeno. O lutador brasileiro pegou seu primeiro adversário ranqueado no Ultimate neste sábado, no card preliminar do UFC 235, e "tirou para nada", do mesmo jeito que em suas duas lutas anteriores. Uma joelhada voadora botou o letão Misha Cirkunov, 14º colocado do ranking dos meio-pesados, para dormir em apenas 36s em Las Vegas, para conquistar sua terceira vitória consecutiva pela organização, a nona seguida no total.
Johnny, aliás, se machucou mais fora da luta do que no combate. O brasileiro bateu continência e se deixou cair na lona, mas, ao fazê-lo, machucou o ombro esquerdo, e mal conseguia levantá-lo. Ele não conseguiu evitar a risada ao falar do ocorrido com o comentarista Joe Rogan.
- Sim, machuquei um pouco. Meu ombro. Se eu sobrevivo a mim mesmo, sobrevivo a qualquer um! - disse Walker, que ainda mandou uma mensagem de amor para o personagem de desenho animado Mickey Mouse. Em entrevista ao Combate nos bastidores, Walker contou que o ombro saiu do lugar na comemoração, mas que já havia o recolocado no lugar e não sentia dor.
Jhonny Walker se machuca ao comemorar vitória — Foto: Jeff Bottari/Zuffa LLC
Sobre o nocaute, Johnny Walker foi humilde.
- Foi bom timing. Eu treinei isso milhares de vezes. E eu vou treinar mais para ser ainda mais perfeito.
Johnny Walker estava solto no octógono, mesmo enfrentando um lutador bem considerado e após aceitar a luta com cerca de duas semanas de antecedência. Fez graça com um chute baixo de Cirkunov e saltitou, fintou, foi tentando fisgar o letão radicado no Canadá. Numa delas, o adversário levantou o joelho e se curvou; Walker saltou com a joelhada voadora. Acertou em cheio, Cirkunov caiu, e o brasileiro golpeou sua cabeça até o árbitro Herb Dean encerrar a luta.
Polyana Viana sofre segunda derrota consecutiva no UFC
Hannah Cifers teve sucesso com seu overhand de direita contra Polyana Viana no UFC 235 — Foto: Jeff Bottari/Zuffa LLC
Na luta de abertura do UFC 235, a brasileira Polyana Viana fez um duelo acirrado contra a americana Hannah Cifers, mas acabou perdendo na decisão dividida dos juízes (29-28, 28-29, 29-28). Apesar da maior envergadura, a brasileira foi superada na luta em pé, sendo atingida pelos bons contragolpes da americana. A "Dama de Ferro" somou a segunda derrota seguida na organização.
No início do primeiro round, Polyana não conseguia encontrar a distância para encaixar os golpes. Cifers conseguiu encurtar a distância e começou a ditar o ritmo do combate. Polyana tentou puxar para a guarda, mas Cifers caiu por cima e tentou golpear no ground and pound. Cifers escapou de uma chave de calcanhar da brasileira e a luta voltou em pé. Com muita eficácia, os cruzados da americana por cima do jab da brasileira começaram a entrar. Um bom overhand de direita levou Polyana a knockdown a um minuto do fim do round. Polyana continuou no chão, mas a americana se recusou a entrar na guarda da brasileira até o fim da primeira etapa.
No segundo assalto, Polyana voltou apostando nos chutes altos, mas os contragolpes de Cifers continuaram entrando. Após tentar um ataque, a americana perdeu o equilíbrio e Polyana puxou para a guarda. A brasileira, mesmo por baixo, conseguiu pontuar bem ao atacar com os cotovelos, enquanto a americana apenas se defendia de uma finalização. Com a luta empatada, Polyana voltou para a etapa decisiva novamente investindo nos chutes altos, mas sem conseguir achar a adversária no octógono. Por sua vez, Cifers continuou com bons ataques em pé e conseguiu entrar bem no raio de ação da brasileira, investindo nos cruzados de direita. Nos dez segundos finais, as duas foram para a trocação franca, com a americana levando vantagem ao fim da luta.