Escândalo sexual abala partido de extrema-direita em Portugal: Deputado do Chega é acusado de prostituição de menor

7 de fevereiro de 2025 51

O deputado português de extrema direita Nuno Pardal, do Chega.Créditos: Redes sociais do Chega/Reprodução

Em mais um escândalo que atinge o partido de extrema-direita Chega em Portugal, o deputado municipal de Lisboa e vice-presidente da distrital do partido, Nuno Pardal, foi formalmente acusado pelo Ministério Público de crimes de prostituição de menores. O caso, que veio à tona nesta quinta-feira (6), expõe uma grave contradição: o político era conhecido por seus discursos antipedofilia e pela defesa da castração química para criminosos sexuais.

 

Segundo as investigações do Ministério Público português, Pardal conheceu um adolescente de 15 anos através de um aplicativo de relacionamento voltado ao público gay. Após trocarem mensagens pelo WhatsApp, ambos teriam combinado um encontro para práticas sexuais mediante pagamento de 20 euros (aproximadamente R$ 120).

A descoberta do crime ocorreu quando os pais do menor, preocupados com mudanças no comportamento do filho, acessaram seu celular e encontraram as conversas comprometedoras. Imediatamente, procuraram as autoridades para denunciar o caso.

Em entrevista à RTP, o político negou ter conhecimento da idade do jovem, mas confirmou que renunciará a todos os cargos que ocupa, incluindo sua posição na Assembleia Municipal de Lisboa e no partido. "A única coisa que posso lhes dizer é que os fatos mais graves descritos não correspondem à verdade", declarou Pardal à agência Lusa.

O caso ganha contornos ainda mais graves ao se revelar que Pardal havia sido escolhido pelo Chega para integrar o grupo de Trabalho da Assembleia das Crianças de Lisboa. Em 2023, ele próprio havia feito declarações públicas defendendo medidas severas contra a exploração sexual de menores.

Este é o segundo escândalo significativo a atingir o Chega em menos de um mês, após o caso do deputado dos Açores acusado de furtar malas em aeroportos. O partido, que é a terceira maior força política no Parlamento português e frequentemente associado ao bolsonarismo, tenta minimizar os danos à sua imagem, enquanto o líder André Ventura ainda não se pronunciou sobre o caso.

A legislação portuguesa estabelece a idade de consentimento em 16 anos, e qualquer atividade sexual comercial só é permitida para maiores de 18 anos. O processo segue agora para a fase de instrução, onde serão apresentadas as provas contra o ex-deputado municipal.

Última atualização: 15:29 - 06/02/2025

Fonte: ALAN ALEX