Jornalista detalha como será a ‘empresa Fla-Flu’ que vai administrar o Maracanã

FOTO: DIVULGAÇÃO / FLAMENGO
Não é segredo que o Flamengo tenta há anos assumir o controle da administração do Maracanã, visando, principalmente, ter menos prejuízo/despesas em suas receitas no estádio. O Rubro-Negro, em conjunto com o Fluminense, fez uma proposta ao governo do Rio de Janeiro, que foi aceita. Com isso, o Fla, junto com o Flu, assumiu o controle da praça esportiva. O jornalista Rodrigo Mattos, do site Uol Esporte, escreveu sobre o assunto.
Em seu blog no site, Rodrigo Mattos detalhou minuciosamente como os dois clubes farão para administrar o Maracanã nesses próximos seis meses que terão o controle do local. Uma “empresa Fla-Flu” será criada, sendo responsável por cuidar das finanças do estádio, como despesas, receitas, manutenção, dentre outras coisas.
Leia os tópicos:
1) A proposta de Flamengo e Fluminense aceita pelo governo envolve o pagamento de todas as despesas de operação e manutenção do estádio por seis meses, mais um repasse mensal de R$ 230 mil para o governo do Estado (R$ 167 mil para custear equipamentos esportivos, e R$ 64 mil referente à visitação). A permissão é por seis meses, renováveis por seis meses.
2) A previsão é os clubes assinarem o contrato na próxima sexta-feira. Na ocasião, terão de dar uma garantia bancária no valor de R$ 700 mil. Isso representa 5% da avaliação patrimonial do Maracanã.
3) Com a gestão do estádio, Flamengo e Fluminense criarão uma empresa para gerir o estádios. As rendas dessa empresa virão dos aluguéis para jogos, pagos inclusive pelos dois, de shows e visitação do Maracanã, entre outras receitas que venham a ser criadas. Receitas e custos serão divididos meio a meio entre os dois. A estimativa é de que o custo do estádio é de R$ 28 milhões por ano, fora as operações de jogos. Por seis meses, os dois devem ter de investir em torno de R$ 16 milhões a R$ 17 milhões para manter o estádio.
4) As bilheterias dos clubes e vendas de bebidas e comidas nos jogos são receitas próprias de cada clube, separadas, e não vão para a conta da empresa. Cada clube pagará aluguel de R$ 90 mil por jogo, R$ 30 mil a menos do que com a Odebrecht, e Botafogo e Vasco terão as mesmas condições. As despesas de operações de jogos, segurança, limpeza, luz e água, continuam a ser pagas pelos clubes no borderô.
5) A vantagem para os clubes é que a expectativa é de que queda das despesas de jogos assim como do aluguel. Por exemplo, o Flamengo teve renda de R$ 2,5 milhões do jogo com o Peñarol e teve de pagar um aluguel bem mais alto do que os R$ 90 mil. Sem o intermediário que prevê lucro, sobra mais da bilheteria.
6) A expectativa de Flamengo e Fluminense é que a empresa gestora fique no zero a zero, ou seja, empate receitas e despesas. Ou que tenha uma perda pequena. Assim, o ganho vem nas suas rendas de jogo.
7) Fla-Flu dividem igualmente as decisões sobre o estádio como calendário de jogos, expansão de eventos para aumentar receitas, etc.
8) Ao assumir o estádio por seis meses, com possibilidade de mais seis meses, a dupla Fla-Flu terá condições de conhecer plenamente o custo real do estádio, assim como possibilidades de aumento de receitas. O Flamengo já tem conhecimento em parte dessa conta, mas com a gestão vai poder avançar bastante neste aspecto. Assim, os dois clubes esperam estar mais preparados para a licitação que o governo fará para uma Parceria Público-Privada.