Lata velha

16 de novembro de 2017 791

Luciano Huck decidiu que, se for candidato, será pelo PPS.

O DEM se incomodou.

Dois dirigentes do partido disseram ao Valor que “não querem atrelar a candidatura nacional a ser linha auxiliar de outra legenda, ainda mais de um partido menor”.

O DEM é uma lata velha que precisa ser recauchutada.

O outro partido de Bolsonaro


Jair Bolsonaro está com um pé no segundo turno.

Apesar disso, ele ainda não escolheu um partido.

Diz O Globo:

“Desde que Jair Bolsonaro anunciou em agosto que estava conversando com o PEN, o Pastor Everaldo, presidente do PSC, partido ao qual o deputado ainda é filiado, percorreu 18 estados. Conseguiu 1.748 assinaturas em fichas de filiação. Everaldo tem dito que Bolsonaro ‘não saiu, mas não está’ no PSC”.

Os 12% de Huck


José Roberto de Toledo disse que “é insano o caminho para Luciano Huck viabilizar sua candidatura a presidente (…).

Como animador de auditório, não falta popularidade a Huck. Mas para chegar aos 12% de intenção de voto como candidato a presidente – taxa que políticos interessados na sua candidatura andam ventilando – é preciso que nem Lula nem Bolsonaro apareçam no cartão das pesquisas. Com ambos no páreo, o apresentador fica, hoje, junto dos outros índios da tribo do dígito solitário. Se equipara a Alckmin.”

O Antagonista não sabe quais políticos andam ventilando para o colunista do Estadão, mas sabe que os 12% de Luciano Huck incluem os nomes de Lula e Jair Bolsonaro.

“Lewandowski contra o STF”


Ricardo Lewandowski desmoralizou ainda mais o STF.

Ao se negar a homologar o acordo do delator Renato Pereira com a PGR, ele atropelou uma decisão do próprio STF.

Leia um trecho da coluna de Merval Pereira:

“No julgamento que definiu que os acordos gerados pelas delações premiadas só podem ser revistos caso seja constatada alguma ilegalidade, com base no §4º, artigo 966 do Código de Processo Civil, a maioria do plenário decidiu que o STF deveria avaliar a eficácia pura e simplesmente do acordo firmado, e não seu mérito.

Foi o decano Celso de Mello quem melhor definiu a postura do Supremo, afirmando durante os debates que o STF não pode recusar homologação de acordo de delação premiada aprovado pela Procuradoria-Geral da República, como fez agora Lewandowski, sob o risco de arquivar a investigação.

Pelo entendimento vitorioso no plenário, a legislação em vigor não permite a intervenção do magistrado nessa fase do processo. A homologação só deve levar em conta aspectos formais da delação, como definiu no voto que liderou a divergência o ministro Luis Roberto Barroso: os acordos fechados pela Procuradoria-Geral são analisados em um primeiro momento pelo relator dos processos, apenas sob o prisma da voluntariedade, espontaneidade e legalidade, e num segundo momento, pelo colegiado, na hora de dar a sentença, pela eficácia das denúncias.

Pelo texto aprovado por sugestão do ministro Alexandre de Moraes e assumido pelo relator Edson Fachin,  somente quando forem encontradas ilegalidades fixadas no Código de Processo Civil os acordos poderão ser anulados.”

A campanha de Angélica


Nesta quinta-feira, todos os jornais publicaram reportagens sobre Luciano Huck.

Mas quem importa mesmo é Angélica.

Leia a coluna de Matias Spektor, na Folha de S. Paulo:

“Luciano Huck tem até o fim do ano para decidir se entra na corrida pelo Planalto. Quem torce por sua candidatura enxerga nas últimas pesquisas o potencial para construir uma coalizão pluriclassista entre mercado financeiro e classes C, D e E. Enxerga, ainda, um nome para arrancar votos de Bolsonaro no Sul-Sudeste e de Lula (ou de seu indicado) no Nordeste.

Nos próximos dois meses, porém, a decisão de concorrer depende tanto de Luciano quanto de Angélica, sua esposa. O motivo disso não se limita ao impacto de uma campanha na vida da família ou ao fato de ela ter de sacrificar seu espaço na televisão. Há algo mais importante em jogo.

Angélica é um dos principais ativos políticos de uma eventual candidatura Huck. Sua projeção independente junto ao eleitorado tem valor inestimável para uma campanha que, apesar de ter dinheiro, pode terminar com pouco tempo de propaganda oficial na televisão (…).

Não sendo recatada ou do lar, e tendo uma vida pública independente daquela do marido, Angélica cumpriria uma função única na engenharia da campanha. Processo idêntico ocorreria em caso de vitória. Por esse motivo, a decisão da casa Huck nas próximas semanas não depende apenas da vontade do marido.”