Léo Moraes busca em Brasília solução para alfandegamento do aeroporto e investimentos logísticos para Porto Velho

Reunião com ministro Silvio Costa Filho avança pautas estratégicas para transformar Porto Velho em polo logístico da Amazônia

O prefeito de Porto Velho, Léo Moraes, está em Brasília nesta semana para uma reunião estratégica com o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, com o objetivo de discutir pautas fundamentais para o desenvolvimento da capital rondoniense. O encontro, que reforçou demandas apresentadas em abril, abordou o alfandegamento do Aeroporto Internacional Governador Jorge Teixeira e a ampliação de investimentos federais na infraestrutura portuária e logística de Porto Velho, visando consolidar a cidade como um hub estratégico na Amazônia.

A pauta do alfandegamento do aeroporto é uma demanda antiga dos rondonienses. Apesar de levar o título de "internacional", o Aeroporto Governador Jorge Teixeira ainda não opera plenamente como terminal de voos internacionais ou de cargas, o que limita o potencial econômico da região.

Durante a reunião, o ministro Silvio Costa Filho anunciou avanços no processo, destacando que a Receita Federal está próxima de autorizar a operação plena do terminal. “Estamos trabalhando pessoalmente para que o alfandegamento se torne realidade. Já houve avanço na tratativa, e na próxima semana, uma equipe técnica do ministério estará em Porto Velho para avaliar in loco todo o potencial da cidade”, afirmou o ministro.

Léo Moraes enfatizou que o alfandegamento é essencial não apenas para a mobilidade, mas também para o fortalecimento da economia local. “O nosso aeroporto carrega o nome de internacional, mas na prática nunca operou com esse status. Isso é um entrave enorme pra quem trabalha com exportação, para o agro e para a indústria. Agora, com esse avanço, estamos cada vez mais perto de mudar essa realidade”, declarou o prefeito. A medida permitirá voos internacionais regulares e facilitará o transporte de cargas, conectando Porto Velho diretamente a mercados externos, o que pode atrair investimentos e gerar empregos.

Além do aeroporto, a reunião também tratou da infraestrutura logística da capital. Léo Moraes destacou a necessidade de obras que melhorem a conexão entre a área portuária e os distritos, além de fortalecer a atuação da Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondônia (SOPH). Outro ponto discutido foi o posicionamento de Porto Velho no projeto da Ferrovia Transoceânica Brasil–China, uma iniciativa que visa ligar o Atlântico ao Pacífico, conectando o Brasil a mercados asiáticos por meio de uma ferrovia que passaria por Porto Velho até a fronteira com o Peru. O projeto, incluído no Plano Nacional de Viação em 2008, ganhou novo fôlego com a retomada de discussões entre Brasil, Peru e China após a eleição do presidente Lula em 2022.

“Porto Velho pode e deve ser o coração logístico da Amazônia. Temos localização estratégica, conexão hidroviária, potencial ferroviário e rodovias importantes. O que falta é destravar os gargalos que nos impediram de avançar até aqui”, afirmou Léo Moraes. A Ferrovia Transoceânica, segundo ele, pode reduzir custos e tempos de transporte, beneficiando não apenas Rondônia, mas toda a região sul-americana ao melhorar o acesso aos mercados asiáticos. O projeto prevê um trecho de 1.641 km entre Campinorte (GO) e Vilhena (RO), além de cerca de 770 km até Porto Velho, com um custo estimado em 2009 de R$ 5,25 bilhões para o trecho prioritário.

O ministro Silvio Costa Filho reforçou a importância de uma agenda logística integrada, envolvendo portos, aeroportos, rodovias, ferrovias e hidrovias. Durante um evento do Valor Econômico, ele destacou que o governo federal está priorizando investimentos em infraestrutura, com 2024 sendo o melhor ano de concessões da história do país. “À medida que o agronegócio cresce, a indústria cresce e o setor de serviços cresce, a gente precisa cada vez mais estruturar a agenda logística do país”, afirmou. A meta do governo é realizar 60 leilões entre 2023 e 2026, contratando cerca de R$ 30 bilhões em investimentos nos portos brasileiros.

A visita da equipe técnica do Ministério dos Portos e Aeroportos a Porto Velho, prevista para a próxima semana, será um marco para avaliar o potencial logístico da cidade e definir os próximos passos para o alfandegamento e outros projetos. A iniciativa reflete o compromisso da gestão de Léo Moraes em transformar Porto Velho em um polo de desenvolvimento regional, aproveitando sua posição geográfica estratégica na Amazônia. A cidade, que já enfrenta desafios como o alto custo das passagens aéreas — com rondonienses recorrendo a cidades como Cuiabá (MT) e Rio Branco (AC) para voos mais baratos —, pode ganhar competitividade com essas melhorias.

Com as agendas alinhadas, Porto Velho dá passos concretos para se consolidar como referência na conexão entre o Brasil e os mercados internacionais, impulsionando o turismo, os negócios e o intercâmbio regional. A expectativa é que os avanços discutidos em Brasília tragam resultados práticos em breve, beneficiando a população e fortalecendo a economia de Rondônia.