Na Mira Da Polícia Federal, A UFSC É Recordista Em Denúncias De Desvio De Verbas

9 de dezembro de 2017 555

Foi deflagrada na quinta-feira (dia 7) mais uma operação da Polícia Federal na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), desta vez a “Torre de Marfim”. Com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU), os federais investigam desvios de verba por Fundações de Apoio e por um grupo de servidores. Segundo a PF, esta investigação não é relacionada à operação anterior, a “Ouvidos Moucos”.

Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão e seis mandados de condução coercitiva em Florianópolis e Balneário Camboriú. Os levados a depor são servidores e empresários. Segundo a PF, neste primeiro momento, não foi preciso solicitar prisões.

VALORES ALTOS – São analisados contratos no valor total de R$ 500 milhões. A PF esclareceu que nem todo esse dinheiro pode ter sido desviado, mas é objeto da investigação.

A operação investiga a prática de fraudes em licitação na contratação de empresas fantasmas ou de parentes de gestores, supostos desvios de recursos e enriquecimento ilícito. Os contratos são variados, de empresas de turismo, passagem aérea, além da prestação de serviço de autônomos.

“Dois dos servidores investigados teriam movimentado cerca de R$ 300 milhões em contratos na coordenação de projetos e convênios entre os anos de 2010 a 2017”, informou a PF.

ENRIQUECIMENTO – Ainda segundo a PF, alguns servidores investigados têm patrimônio incompatível com salário. Um dos exemplos dados pela Polícia Federal foi um servidor com média salarial de R$ 17 mil e patrimônio de cerca de R$ 7 milhões.

Os suspeitos podem responder por crime licitatório, peculato, lavagem de dinheiro e atos de improbidade administrativa. A PF ainda pode solicitar, em uma próxima etapa, o bloqueio de bens dos envolvidos.

“A UFSC, segundo informações da CGU, é a entidade recordista em recomendações para correção de irregularidades [na administração de recursos educacionais com verbas federais] em Santa Catarina, com cerca de 120 recomendações, quase o dobro do segundo colocado”, disse a PF, em nota. Ainda segundo a PF, ao menos 90 destas recomendações já tiveram o prazo expirado sem a unidade cumprir o que tinha sido proposto. De todas as recomendações, 35% são em relação a universidade e suas fundações de apoio