O essencial da manhã: Equipe de Bolsonaro cogita elevar alíquota previdenciária e acabar com isenções tributárias

RIO — A equipe que auxilia o presidente eleito, Jair Bolsonaro, pretende promover uma ampla revisão tributária que pode resultar numa arrecadação adicional de R$ 37,65 bilhões no ano que vem. Para os quatro anos de governo, a expectativa é a de que o montante chegue a R$ 128,58 bilhões.
A revisão faz parte de conjunto de medidas proposto pelo Ministério da Fazenda e encampado por assessores de Bolsonaro. Se todas forem aplicadas, podem elevar a receita em R$ 272 bilhões até o fim do governo, segundo o estudo.
Por que isso importa: a proposta envolve aumento de impostos para servidores, militares e investidores. Na campanha eleitoral, Bolsonaro prometeu que não elevaria a carga tributária.
O que pode mudar: alíquotas previdenciárias, isenção tributária paraaplicações financeiras e tributação de fundos de investimentos estão na mira. Veja as mudanças cogitadas .
Uma opinião: a colunista Míriam Leitão diz que é boa a convergência de projetos entre as equipes econômicas do atual e do próximo governo. Há concordâncias sobre renúncias fiscais e reforma da Previdência.
Casa de Euler Grandolpho, atirador da catedral de Campinas, em Valinhos Foto: Thiago Herdy / Agência O Globo
Atirador de Campinas era agressivo, diz vizinho
Vizinhos do homem que matou a tiros quatro pessoas na Catedral Metropolitana de Campinas descreveram a rotina do atirador e contaram casos de agressão, reações extremadas e mania de perseguição . Euler Fernando Grandolpho vivia sozinho com o pai em uma casa de três andares, em área nobre de Valinhos (SP).
Relato do local: uma testemunha narrou o momento dos disparos e contou que foi salva por um idoso , que acabou baleado.
Reação nacional: o presidente eleito, Jair Bolsonaro, manifestou solidariedade às vítimas e chamou o ataque de “crime bárbaro” . Mais cedo, o presidente Michel Temer disse estar “profundamente abalado” .
Enquanto isso: na França, um ataque a tiros deixou quatro mortos e ao menos 11 feridos. O crime ocorreu no mercado natalino de Estrasburgo . O autor dos disparos já era fichado pelo serviço de segurança francês.
Homem carrega no colo uma mulher grávida na porta do Hospital Pedro II, em Santa Cruz Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo
Hospital Pedro II é símbolo da crise na saúde do Rio
Com salários atrasados e falta de funcionários, a crise que afeta o Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, no Rio, pode se agravar no ano que vem. O orçamento para unidade é de R$ 150,4 milhões — R$ 19 milhões a menos do que este ano. Toda a rede municipal pode ter menos recursos .
O que está acontecendo: os funcionários do Pedro II estão com salários atrasados. Já os familiares de pacientes relatam que os doentes estão sem soro e comida. Em alguns casos, passam mais de uma semana sem tomar banho.
Se você perdeu ontem: os problemas no atendimento ficaram evidentes depois que uma grávida deu à luz no chão da recepção do hospital na segunda-feira. Ela e o bebê estão internados.
Olhar atento: um dia depois do parto improvisado, O GLOBO presenciou a falta de auxílio a outra grávida. Ao chegar ao hospital, ela precisou ser carregada por um companheiro para dar entrada na unidade, que não lhe ofereceu maqueiro ou auxílio.
Efeitos colaterais: a crise na saúde municipal levou o Tribunal Regional do Trabalho a determinar o sequestro de R$ 200 milhões das contas da prefeitura. O dinheiro deverá ser usado para pagar salários atrasados das equipes médicas de Organizações Sociais, que estão em greve.
Viu isso?
Na conta do ex-assessor: a maior parte dos depósitos feitos na conta de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, coincide com as datas de pagamento da Alerj. Nove colegas de gabinete repassaram dinheiro, segundo o Coaf.
Frustração do aliado: o PRTB, partido de Levy Fidélix e do vice-presidente eleito, Hamilton Mourão, cobra cargos no futuro governo . Sem ministério, a sigla teme não receber espaço no segundo e terceiro escalões.
O fim do foro privilegiado: deputados de uma comissão especial da Câmara aprovaram proposta que restringe a cinco pessoas a prerrogativa de foro no país. Hoje, 55 mil autoridades têm direito ao benefício.
Escala na Justiça: a Avianca negociou a decisão de pedir recuperação judicial com o governo federal. A empresa tem dívidas milionárias com aeroportos, mas promete manter operações: veja os direitos dos clientes .
Intervenção crítica: oficiais do Exército que comandam a Segurança Pública do Rio reclamaram da extinção da secretaria no governo de Wilson Witzel. Disseram que planejaram legado pensando na pasta.
Caos prolongado: a Assembleia Legislativa do Rio aprovou aprorrogação da situação de calamidade pública do estado até o fim de 2019. A medida é defendida pelo atual governo e pelo próximo.
Bate-boca ao vivo: o presidente dos EUA, Donald Trump, discutiu com líderes democratas durante encontro transmitido em rede nacional de TV. Eles tentavam dialogar sobre o muro na fronteira com o México.
Pedro Doria: executiva da Huawei foi presa por causa do 5G
Podcast Vida Digital CBN explica como a tecnologia, que é a infraestrutura da internet das coisas, está no centro do embate entre EUA e China