OAB-RO inicia campanha contra redução de voos no Estado e presidente é criticado por advogar para a Azul

Márcio Nogueira afirma ‘não ter impedimento’, mas situação vem gerando mal estar entre advogados

Após Azul e Gol anunciarem redução de voos para Rondônia, alegando ‘excesso de processos judiciais’, diversos organismos se mobilizaram para tentar reverter a situação. Entre as instituições está a seccional rondoniense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RO) presidida pelo advogado Marcio Nogueira.

No último dia 1º a OAB lançou um manifesto intitulado “Azul, nosso céu é sempre azul. E merece respeito!”. Ocorre que o manifesto se resume a um ‘chamado à ação’ através de uma hashtag #nossoceuazulmerecerespeito. A insípida campanha vem sendo alvo de críticas por parte da advocacia, ainda mais quando passou a circular a informação que o presidente da Ordem no Estado advoga para a empresa aérea Azul, a primeira que reduziu os voos e se manifestou publicamente contra a alta quantidade de ações que responde por conta dos serviços, digamos, de qualidade duvidosa. Foram mais de 15 mil ações em 1 ano e meio.

A notícia sobre Nogueira corre nos grupos de Whatsapp, e num deles, ele se manifestou, alegando  que “o cargo de presidente da OAB não remunera nem gera impedimento, não tenho companhia aérea na minha carteira de clientes”. Ocorre que em pelo menos um processo (que também circula nos grupos), Nogueira aparece como procurador da Azul. 

Sobre a imagem, ele explicou que ‘o escritório do qual sou sócio faz correspondência para o Urbano Vitalino, que nos envia listas de audiências de seus clientes para fazermos, pelas quais somos remunerados por ato. Nossa relação é com o Urbano Vitalino, por quem somos remunerados, e nosso trabalho se resume a realizar a audiência‘.

Porém, por mais que tente se desvincular da questão, Márcio Nogueira nas audiências fala em nome da companhia aérea, afinal como correspondente ele é procurador da Azul e não da Urbano Vitalino. E mesmo deixando de ser ele o representante, seu escritório mantém o contrato, portanto…

A questão da redução dos voos no Estado é de extrema gravidade, e até agora não foi adotada nenhuma ação realmente efetiva. A OAB poderia, por exemplo, ingressar com uma ação civil pública e não incentivar o uso de uma hashtag que mais parece propaganda da Azul que uma crítica à postura da empresa.

Enquanto isso, a população que já paga valores obscenos nos poucos voos, segue refém da incompetência.

Se postar hashtag resolvesse problema, o Palmeiras já tinha mundial…