Paulo Borrachinha é punido por uso de soro acima do limite, mas já está apto a voltar a lutar

27 de abril de 2019 512

A Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA) divulgou, nesta sexta-feira, um comunicado em que informa que Paulo Borrachinha recebeu punição de seis meses por, em duas ocasiões diferentes - após a pesagem das edições 212 e 217 do UFC - exceder o limite permitido para o uso de soro intravenoso. A entidade permitia até 50mL, em 2017, ano que os eventos foram realizados, e o peso-médio utilizou 100mL.

Uma das promessas do Brasil no UFC e invicto no MMA, Paulo Borrachinha colaborou com as investigações e, portanto, recebeu pena de seis meses, retroativa a 10 agosto de 2018, data na qual foi notificado pela USADA. Desta maneira, ele já está livre para entrar novamente no octógono. A mesma punição de Borrachinha foi imposta ao seu irmão e treinador, Carlos Costa, o Borracha.

Escalado para enfrentar Yoel Romero no UFC Fort Lauderdale, marcado para este sábado, Borrachinha foi retirado da luta, inicialmente, sem nenhuma explicação - possivelmente por estar sob investigação da USADA. Em entrevista ao Combate.com no início deste mês, o mineiro declarou que fora convidado para integrar o card a 20 dias do evento, para substituir o cubano, contra Ronaldo Jacaré, mas declinou do convite por não ter tempo suficiente para se preparar.

Paulo Borrachinha recebeu pena de seis meses â?? Foto: Jason Silva

Paulo Borrachinha recebeu pena de seis meses — Foto: Jason Silva

No UFC 212, sediado no Rio de Janeiro, Borrachinha estava sob a jurisdição da Comissão Atlética Brasileira de MMA e teve um terço da bolsa (4 mil dólares) revertido para o adversário, Oluwale Bamgbose . Já a Comissão Atlética de Nova York não puniu o atleta com nenhuma inelegibilidade, mas o multou em cerca de 9.300 dólares, um terço da bolsa do UFC 217.

Confira o comunicado na íntegra:

USADA anunciou hoje que Paulo Costa, o Borrachinha, e um dos seus treinadores, Carlos Costa, de Contagem, aceitaram uma pena de seis meses de pena por violarem a Política Antidoping do UFC por uso de um método proibido.

Baseado em um vídeo e outras evidências, a USADA determinou que em 2 de junho de 2017, Borrachinha recebeu uma infusão intravenosa de substâncias permitidas, incluindo uma solução salina e um remédio para o estômago, de mais de 100mL por 12 horas após a pesagem do UFC 212, no Rio de Janeiro, sem um pedido formal de isenção terapêutica. Em 3 novembro, ele novamente recebeu uma infusão de substâncias permitidas de mais de 100mL no período de 12 horas após a pesagem do UFC 217, que aconteceu em NY, sem uma TUE.

As duas foram administradas por Carlos Costa.

Em 2017, infusões ou injeções de mais de 50mL em um período de seis horas foram proibidas exceto aquelas realizadas em admissões médicas hospitalares, procedimentos cirúrgicos ou investigações clínicas balizadas pela Política de Doping do UFC, que segue o Código da WADA. Em 2018, a regra mudou e o volume aceitável passou a ser até 100mL por 12 horas. Infusões acima desse limite precisam que o atleta peça por uma TUE.

As infusões estão no código da WADA porque podem ser usadas para mascarar o uso de outras substâncias e também distorcer valores do passaporte biológico do atleta. As evidências nesse caso colaboram com a explicação de Borrachinha que usou a infusão para se recuperar dos efeitos da perda de peso, e não para mascarar nenhuma substância.

O período de seis meses de ilegibilidade de Paulo e Carlos começou em 10 de agosto de 2018, a data que Borrachinha foi notificado. As duas penas foram reduzidas baseadas na colaboração de ambos com a USADA.

No primeiro caso, como estava sob a jurisdição da Comissão Atlética Brasileira de MMA, Borrachinha teve um terço da bolsa do UFC 212 revertida para o adversário (4 mil dólares). Já a Comissão Atlética de Nova York não puniu o atleta com nenhuma inelegibilidade e uma multa de 9,333.33 mil dólares, um terço da bolsa do UFC 217.