Polícia Federal realiza operação contra o tráfico internacional de drogas e a lavagem de dinheiro no Rio Grande do Sul e em mais quatro Estados

29 de novembro de 2018 392

A PF (Polícia Federal) e a Receita Federal deflagraram, na manhã desta quinta-feira (29), a Operação Planum com o objetivo de combater a tráfico internacional de drogas, a lavagem de dinheiro e os crimes contra o sistema financeiro nacional nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás. Vinte e um criminosos foram presos.

Cerca de 200 policiais federais cumpriram 21 mandados de prisão, mandados de busca e apreensão em 40 endereços e ordens judiciais para sequestro e bloqueio de imóveis, fazendas, aeronaves, embarcações, veículos e contas bancárias, estimados em mais de 25 milhões de reais. No RS, a ação foi deflagrada em Porto Alegre, Uruguaiana, Novo Hamburgo, Estância Velha, Tramandaí, Itaqui, Capão do Cipó, Cachoeirinha e Palmares do Sul.

O inquérito policial foi instaurado em junho de 2017 para apurar o envio de cocaína da Bolívia para o Rio Grande do Sul. Com o desenvolvimento das investigações, a PF identificou que aviões partiam de Mato Grosso do Sul para serem carregados com grande quantidade de cocaína (em média 500 quilos) na Bolívia e seguiam até o RS, onde pousavam em fazendas adquiridas pela organização criminosa. Posteriormente, a droga seguia por via rodoviária para outros Estados e permanecia em depósitos até ser despachada para a Europa através de portos brasileiros.

Uma das apreensões ocorreu no terminal portuário de Navegantes (SC), em 6 de maio de 2016, quando 811 quilos da droga, escondidos em blocos de granito, foram localizados pela Receita Federal em contêineres que seriam despachados para a Espanha. Em outra apreensão, em 23 de junho deste ano, a PF flagrou 448 quilos da droga escondidos em um bloco de concreto, em um caminhão que trafegava pelo município de Unistalda (RS). Até o momento, foi possível comprovar o volume de 2,2 toneladas de cocaína que foram enviadas ou que seriam despachadas do Brasil para a Europa pelo grupo criminoso.

Análise de dados bancários e fiscais e informações compartilhadas pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul, após a prisão de um narcotraficante e de alguns dos investigados na Operação Planum em uma residência no município de Tramandaí (RS), em 10 de agosto de 2017, possibilitaram o rastreamento do fluxo financeiro do grupo criminoso, indicando a utilização de doleiros em São Paulo para o pagamento das transações do tráfico de drogas no exterior.

A investigação aponta para um banco informal responsável pela lavagem de dinheiro oriundo de diversos crimes, além do tráfico de drogas, como contrabando e outros ilícitos. A movimentação dessa instituição financeira clandestina foi de aproximadamente 1,4 bilhão de reais nos últimos três anos. A investigação já rastreou cerca de 90 empresas de fachada e 70 pessoas empregadas como laranjas do grupo para a operacionalização da lavagem de dinheiro e operações de câmbio ilegais.

Os crimes investigados na Operação Planum são organização criminosa, tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico de drogas, operação de instituição financeira sem a devida autorização, operação de câmbio não autorizada e lavagem de dinheiro.

 

(Foto: Divulgação)