Romero Jucá e o fim da Guerra dos Trinta Anos

9 de outubro de 2018 207

Em 2016, escrevi um artigo intitulado “Romero Jucá e a Guerra dos Trinta Anos”, para dizer que a culpa da longevidade política do senador era dos eleitores de Roraima. Foi publicado no livro Cartas de um Antagonista.

Ontem, os eleitores de Roraima redimiram-se dessa culpa, ao decapitar Jucá nas urnas.

Eis o artigo:

 

Em 2005, Romero Jucá foi exonerado do Ministério da Previdência por causa de um escândalo de corrupção batizado de “Frangogate”. Depois, enrolou-se na Lava Jato e na Zelotes, para não falar dos escândalos regionais dos quais é protagonista. Ainda assim, foi nomeado ministro do Planejamento por Michel Temer.

Hoje, surgiram áudios que mostram como ele viu no impeachment de Dilma Rousseff a grande chance de melar o trabalho de Sergio Moro e companhia. Romero Jucá foi obrigado a pedir licença — apenas uma forma menos vergonhosa de ser saído.

Ele vai sobreviver politicamente?

Vai, a menos que seja condenado na Justiça.

De quem é a culpa?

A culpa é dos eleitores que votam em Romero Jucá e assemelhados.

Não é possível atenuar a responsabilidade dos cidadãos. As informações mais evidentes estão no seu próprio cotidiano, nas dificuldades que enfrentam, no que se acha ao alcance dos seus olhos.

No que Romero Jucá ajudou a melhorar a vida do povo de Roraima? Para ser benigno, em muito pouco para quem está lá, como político, há quase três décadas. Os eleitores não percebem?

Na Europa, a Guerra dos Trinta Anos resultou na liberdade de culto para protestantes e católicos. Em Roraima e no resto do Brasil, trinta anos de Romero Jucá resultaram num amontoado de lambanças.

A espada da democracia é o voto. Decapitem Jucá, roraimenses, e comecem a conquistar a sua própria liberdade — e parte da nossa.

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