Uns com joias, outros com centavos. Veja os bens de candidatos do DF

31 de agosto de 2018 241

O patrimônio dos candidatos que vão disputar as eleições de 2018 pelo Distrito Federal ultrapassa a casa do bilhão de reais, quase o triplo do apresentado pelos postulantes de 2014. Com ações, participação de capital em empresas, joias, ouro e até aeronaves, os magnatas do pleito competem com adversários que apresentaram recursos módicos, como R$ 0,18 depositados em caderneta de poupança.

Ao todo, a disputa de 2018 já soma R$ 1,4 bilhão declarados no repositório de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em 2014, foram R$ 500 milhões.

A conta é feita a partir das informações disponibilizadas, até agora, por 784 dos 1.228 concorrentes aos cargos de governador, senador, suplente, deputado federal e distrital. Em 2014, os dados eram de 700 postulantes.

O montante total apresentado há quatro anos não alcança nem sequer o do atual concorrente ao Senado Fernando Marques (Solidariedade). O dono da União Química, uma das maiores farmacêuticas do Brasil, tem R$ 667.953.170,44 declarados – o valor é o maior entre todos os candidatos do Brasil.

A questão financeira em 2018 mudou o perfil médio de quem sonha com cargo eletivo no Distrito Federal. Nas eleições passadas, a maior parte dos postulantes a cargos públicos era formada por servidores públicos. Hoje, o segmento que mais tem concorrentes reúne empresários, advogados e políticos de carreira.

Além de Marques, estão na lista dos 10 mais abastados no DF o candidato ao GDF e advogado Ibaneis Rocha (MDB), com R$ 94.100.602,57; e o também advogado Luis Felipe Belmonte (PSDB) – com R$ 65.773.659,50, que figura como suplente de Izalci Lucas (PSDB) ao Senado.

Em seguida, vem o empresário José Gomes (PSB), que pleiteia uma vaga na Câmara Legislativa e terá que se explicar após ser alvo de denúncia por compra de votos, conforme revelou o Metrópoles. Ele tem patrimônio de R$ 33.838.344,74.

Em quinto lugar, mais um advogado: Paulo Roque (Novo), postulante ao Senado, com R$ 33.315.962,84.

Os políticos profissionais aparecem na nona colocação, representados pelo presidente licenciado do MDB no DF, Tadeu Filippelli. Ele declarou ter R$ 10.120.520,89. Depois, vem Paulo Roriz (PSDB), com R$ 9.493.179,33; Izalci Lucas (PSDB), que declarou R$ 8.453.062,33; e o distrital Agaciel Maia (PR), com R$ 8.247.332.

Sem dinheiro
Enquanto o candidato mais rico tem acima de R$ 667 milhões, o menos abastado declarou módicos R$ 0,18. Segundo Osvaldo Rosa da Silva Júnior, conhecido como Junior Xukuru (PSol), esse montante é o patrimônio dele, que está na caderneta de poupança. Servidor público estadual de Goiás, ele concorrerá a uma vaga de deputado federal pelo DF. Para fazer a campanha, recebeu, de seu partido, R$ 29.605,99.

O mecânico Edison Pinto Oliveira, o Edison Ceilândia (PSol), aparece na relação logo acima de Xukuru. Ele declarou R$ 1,12, também na poupança, e disputará cadeira na Câmara dos Deputados. Já o professor Daniel Araújo (PP), que pleiteia vaga de deputado distrital, tem R$ 2,36 em bens constantes em conta-corrente, segundo declarou à Justiça Eleitoral.

Veja a lista completa:

A riqueza dos candidatos do DF by Metropoles on Scribd