É usual ouvir a cada passo: “ F. teve berço”. Ter berço é ter sido educado nas regras da boa etiqueta e civilidade. É de criança – o mais jovem possível, – que começa a educação. Ensina-se, não só regras exteriores: como se comportar, agir, e utilizar as palavras-chaves, que o...
Em Portugal há estranha hipocrisia, que leva a condenar todos, que tiveram a infelicidade de cair na desgraça. Enquanto o político, o industrial, a figura pública, ocupa lugar de respeito, todos o bajula e admira. Dizem alguns, com pontinha de inveja: “ É um grande homem! Subiu a pulso!...
Naquela fria e sombria manhã de Inverno, do ano de 1967, estava à porta da “Livraria Silva”, na Praça de Sé, quando passa, de reluzentes divisas doiradas, o sargento Mário. Homem de lábios grossos, estatura meã, rosto levemente queimado pelo abrasador sol de Bragança, que descia, despreo...
A semana passada, aventurei-me a sair, para um longo passeio, na minha cidade. Passeio a pé, porque ainda não frequentei o transporte público. Sai mascarado. Mal tinha percorrido um quarteirão, deparei com outro mascarado, meu velho amigo. Ao cumprimentá-lo, à “cotovelada”, ele dispa...
Nesta época de quarentena, assisti, pela rádio, à transmissão de cerimónia religiosa: missa. O sacerdote, na homilia, após explicar o Evangelho, acrescentou: “Ter que ficar retido em casa, nesta época de quarentena, apesar dos inconvenientes, tem a vantagem de conhecer quem são os nosso...
Nos derradeiros anos do século transacto, tive a oportunidade de conhecer e entrevistar, D. Emília Eça de Queiroz. D. Emília, era, então, velhinha simpatiquíssima e muito conversadora. Durante a visita que realizei à sua residência, esta, revelou-me curiosos segredos de família, que, por...
A 3 de Janeiro de 1998, Fernando Gomes, então Presidente da Câmara Municipal do Porto, apresentou o livro de Carlos Magno: “ O Poder Visto do Porto - e o Porto Visto do Poder”. Nessa ocasião, afirmou:” É um grande gozo ler crónicas sobre frases que não proferi e conceitos que não defend...
Quantas vezes me perguntam: “ Por que Deus permite tanta desgraça?” Ou: “ Por que não escuta as nossas orações?”Acrescentando: “ Peço-lhe tanto e Ele nunca me atende?!” Confesso que fico perplexo, e a resposta confusa, raras vezes me satisfaz. Deus não ouve todos que Lhe reza...
No meu tempo de meninice não havia: televisão, gravador, avião supersónico, telemóveis, e poucos possuíam carro. De Internet nem se pensava. As comunicações faziam-se por: carta, telefone, rádio ou pessoalmente; ninguém sentia falta dessas “modernices”, que, agora, são indispensáv...
Para mim, escrever sobre D. João da Camara, é um prazer; e minha alma inunda-se de rejubilada alegria, porque era simples e humilde, como os mais humildes. Dele, contam-se comoventes e curiosos episódios de extrema bondade. Gabriela Castelo Branco, ao entrevistar Dona Maria de Jesus, filha do ...