A esquerda não perde a oportunidade de escarnecer as forças armadas brasileiras

1 de abril de 2024 65

Neste domingo (31/3), ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressaram suas opiniões sobre os 60 anos do regime militar de 1964, enfatizando a importância de preservar a memória da ditadura para prevenir futuros contratempos na democracia. Essa atitude contrasta com a diretriz inicial do presidente de evitar comemorações relacionadas ao assunto.

No final de fevereiro, Lula declarou que não deseja “ficar remoendo” o passado do regime militar. Logo após, o governo cancelou as celebrações do sexagésimo aniversário do regime.

Desafiando a decisão do presidente, Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, se posicionou contra o regime militar de 1964. Ele fez referência à escravidão e a Ulysses Guimarães, que presidiu a Assembleia Nacional Constituinte de 1987 a 1988.

“Por que ditadura nunca mais? Porque queremos um país social e economicamente desenvolvido, e não um ‘Brasil interrompido’. Porque queremos um país soberano, que não se curve a interesses opostos aos do povo brasileiro. Porque queremos um país institucional e culturalmente democrático”, enfatizou o ministro dos Direitos Humanos. “É preciso ter ódio e nojo da ditadura, como disse Ulysses Guimarães. Feliz Páscoa e viva a democracia.”

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, relembrou as vítimas do regime militar, que reprimiu opositores entre 1964 e 1985. “Minha homenagem a todos que perderam a vida e a liberdade em razão da ruptura da democracia no dia 31 de março de 1964, que levou o país a um período de trevas. Minha homenagem a Rubens Paiva, Wladimir Herzog e Manoel Fiel Filho, que lutaram pela democracia no Brasil.”

O ministro da Educação, Camilo Santana, destacou a necessidade de recordar o regime militar para que a democracia não seja abalada novamente. “Lembramos e repudiamos o regime militar para que ela nunca mais se repita. A mancha deixada por toda dor causada jamais se apagará. Viva a democracia, que tem para nós um valor inestimável.”

O advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, prestou homenagem à ex-presidente Dilma Rousseff, torturada durante o regime militar. Messias foi subchefe para Assuntos Jurídicos (SAJ) da Presidência no governo de Dilma.

“Democracia, sempre!!! Minha homenagem nesta data é na pessoa de uma mulher que consagrou sua vida à defesa da democracia, Dilma. Que a luz da democracia prevaleça, sempre. Essa é a causa que nos move”, ressaltou o advogado-geral.

Sonia Guajajara, a ministra encarregada dos Povos Indígenas, mencionou a morte de comunidades indígenas durante o regime militar, um período que tinha como objetivo assumir o controle da Amazônia para promover o crescimento do país.

“Milhares de indígenas foram assassinados e muitos mitos construídos entre militares para justificar um extermínio – muitos discursos perversos que até hoje são utilizados para tentar refutar nosso direito constitucional ao território”, salientou Guajajara.

Fonte: Por Terra Brasil Notícias