AGORA QUE JÁ DESCONSTRUÍRAM O JAIR BOLSONARO, PODEMOS ASSISTIR A "O DIA DE SATÃ" SEM PENSAR EM MAU AGOURO...

18 de janeiro de 2018 1001

Há filmes de baixo orçamento que calham de ser muito bons, mas passam despercebidos porque as empresas distribuidoras e exibidoras investem muito pouco, às vezes nada, na sua promoção. Não são propriamente lançados, mas sim jogados, em salas menores e/ou nas prateleiras de locadoras. Só por acaso algum deles é notado por quem procura alguma alternativa à mesmice avassaladora.
 
Eu descobri O dia de satã (d. Ferde Grofé Jr., 1988) quase três décadas atrás, entre pilhas de ofertas de fitas VHS do gênero terror; gostei da sinopse, mas, afora ela, o único atrativo era a participação do veterano ator Cesar Romero, ainda ativo aos (então) 81 anos.
 
Foi uma grata surpresa. O roteiro era mesmo ótimo: para salvar seu vilarejo de um perigo terrível, o fundador faz um pacto com o demônio, pelo qual este tomaria posse do dito cujo durante um dia a cada ano, transformando-o numa filial do inferno.
 
Dois mochileiros estadunidenses, quando o ônibus que os transportava quebra no meio do nada, avistam a cidadezinha ao longe e decidem abrigar-se lá, contra os alarmados conselhos de motorista e companheiros de viagem. Não dão bola. 
...é fichinha perto deste!
 
Ao chegarem, encontram todos os moradores estão indo embora para passar o dia sinistro fora dos limites da maldição. Eles, evidentemente, não acreditam em nada daquilo e pagam pra ver. Suas peripécias serão inusitadas e surpreendentes. Vale a pena dar um crédito de confiança para este filme.

Outro crítico que apontou O dia de satã como uma ave rara foi Felipe M. Guerra, no site Boca do inferno. Seu post, enorme, está aqui, mas não o recomendo para quem prefira ficar longe de spoilers. Citarei um trecho inofensivo:
"De uma forma simples e com um orçamento visivelmente reduzido, o filme conta uma história sem grandes complicações, mas com uma capacidade extraordinária de acrescentar mais e mais elementos à sua própria mitologia. Assim, o que começa como mais um historinha igual a muitas outras logo vai tomando proporções maiores, desenvolvendo uma trama bem mais interessante e detalhada". 
 
A VISÃO DEMOCRÁTICA (POR CELSO LUNGARETTI )