Antiparasitário na Covid-19? "Não há evidências que apoiem a utilização"

11 de março de 2021 87

OInfarmed esclarece, esta quinta-feira, que não há evidência suficiente para o uso de ivermectina na COVID-19. 

Na nota partilhada no portal da Autoridade do Medicamento, pode ler-se que estes fármacos "contendo ivermectina atuam como antiparasitários no tratamento da filariose, estrongiloidose e escabiose, profilaxia da recidiva da estrongiloidíase e na escabiose persistente ou escabiose". 

Apesar de estarem a ser publicados estudos que analisam o recurso a este medicamento na prevenção e no tratamento da doença provocada pelo SARS-CoV-2, o Infarmed entende que, "à data, dadas as limitações metodológicas nos ensaios em que a ivermectina foi utilizada, e as dúvidas quanto à dose adequada e sua segurança no âmbito da infeção causada pelo SARS-CoV-2, não existem evidências que apoiem a utilização deste medicamento na profilaxia e tratamento da COVID-19". 

Contudo, o uso de ivermectina, refere ainda a Autoridade do Medicamento, "continua a ser estudado em ensaios clínicos e os seus resultados serão acompanhados". 

No início deste ano,  Andrew Hill, docente e investigador na Universidade de Liverpool, no Reino Unido, foi incumbido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de avaliar a ivermectina, como reportou o jornal The Times. O especialista concluiu que a o fármaco poderia ser uma "arma importante" para travar a propagação da Covid-19. 

Em abril do ano passado, refira-se ainda, um estudo conjunto levado a cabo pelo Monash Biomedicine Discovery Institute e pelo Peter Doherty Institute of Infection and Immunity, na Austrália, identificou que este medicamento antiparasitário era capaz de 'matar' a Covid-19 nos testes laboratoriais no espaço de 48 horas.

 

Fonte: POR FILIPA MATIAS PEREIRA