Audiência vazia, teatro lotado: Matilde relata o fiasco da CPI da águas de Ariquemes
A velha futriqueira politica Matilde sempre ouvindo pelos bastidores e ouviu falar da audiência pública da CPI da Águas de Ariquemes e, por um instante, pensou em ir. Mas logo percebeu que seria perda de tempo. E acertou.
Porque o que se desenrolou ali não foi uma audiência… foi um espetáculo vazio. Literalmente.
No palco, Lucas Folador, vereador e presidente da CPI, tentava conduzir a sessão com ares de seriedade. Ao lado dele, o homem do teatro, agora diretor técnico da Agência Municipal de Regulação — isso mesmo, aquele que deveria fiscalizar a concessionária investigada, mas que também divide os bastidores com o presidente da CPI. Uma dupla digna de roteiro de comédia improvisada.
A plateia? Bom, quase inexistente.
No lugar do povo, apareceu o assessor do próprio Folador, que fez uma fala importante, mas… para ninguém.
— Que pena — disse Matilde, ao ver o vídeo rodando nos grupos. — Tanta eloquência desperdiçada no eco da vergonha.
E como se não bastasse, outro a subir ao microfone foi um fã do ex-deputado Adelino Folador — sim, fã. Declarado. Disse que estava ali “porque admira muito o Adelino”, pai do vereador.
Matilde arregalou os olhos:
— Audiência pública virou encontro de fã-clube?
A audiência que deveria ouvir a população, coletar demandas, dar transparência ao processo da CPI… virou um monólogo mal encenado. Um teatro onde os atores não convenceram e os figurantes faltaram.
O povo não foi. E não foi porque já entendeu que o roteiro está furado. Que os personagens principais não representam. Que o espetáculo não se sustenta nem com aplauso forçado.
Matilde suspirou e comentou com o gato:
— Quando o teatro político não tem público, o problema não é o povo. É o enredo.
A verdade é que o diretor da cena, Lucas Folador, talvez precise repensar o elenco. Porque a encenação da transparência, com o amigo do teatro na regulação e o assessor no púlpito, não convence mais ninguém.
No fim das contas, Matilde só lamenta por uma coisa:
— A CPI virou tragédia. E ninguém pagou ingresso pra ver isso.
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