BR 364 – Privatização poderá ser a solução para a rodovia
No próximo dia 26, na Comissão de Infraestrutura do Senado estará sendo discutida em audiência pública, a privatização do trecho da BR 364, de Comodoro, no Mato Grosso a Porto Velho. São cerca de 800 quilômetros que o governo federal pretende entregar para a iniciativa privada, pois não tem competência para manter a rodovia em perfeita condições de tráfego.
A restauração da BR 364 como se faz todos os anos sem resultado prático é motivo de ampla campanha do Rondônia Dinâmica, desde 2016. Construída na década de 80 a rodovia não tem condições de suportar o volume de tráfego atual, que fica ainda maior quando a safra de grãos do norte do Mato Grosso é transportada por treminhões até o Porto Graneleiro de Porto Velho, no rio Madeira para exportação. É preciso restaurar e duplicar a rodovia, porque o tapa-buracos não resolve.
A BR 364 não tem suporte técnico para poder atender a demanda, tanto de tráfego como de carga e passa a maior parte do ano esburacada e matando pessoas. “Corredor da Morte”, “Matadouro Humano” são frases comuns sobre a mais importante rodovia federal em Rondônia, mas obsoleta para suportar o volume do tráfego atual.
A audiência pública da próxima semana proposta pelos senados Valdir Raupp, do PMDB e Acir Gurgacz, do PDT, tem como tema principal privatizar a 364. A bancada federal, governador Confúcio Moura (PMDB), Assembleia Legislativa e autoridades dos mais diversos segmentos devem participar ou encaminhar aos senadores opiniões, propostas sejam a favor ou contra, mas explicando os motivos.
Privatização talvez não seja o caminho ideal, porque aumentará a despesa para os usuários com a cobrança de pedágio, mas na contrapartida teremos pavimento sem buracos, estrada duplicada, sinalizada, fiscalizada e mais segura.
A expectativa de mais um avanço ao bolso do pagador com o pagamento do pedágio é de gasto maior, mas acreditamos que não. Além de maior segurança no tráfego por rodovia sem buracos, bem sinalizada, duplicada, fiscalizada, motorista e motociclista bem orientados certamente ocorrerá economia.
Quanto se gasta todos os anos com as malfadadas operações rapa-buracos? Para onde vão milhões e milhões de reais que o Dnit (leia-se povo) disponibiliza todos os anos para empreiteiras que realizam trabalho de recuperação e não de restauração? Seria para bancar campanhas políticas?
A Operação Lava-Jato aos poucos demonstra para onde vai a maior parte do dinheiro da população que paga impostos, tributos, taxas para manter um sistema público a peso de muito ouro. A maioria das empreiteiras ganha muito e oferece pouco, mas todos os anos fatura alto com a recuperação das mesmas rodovias, nos mesmos trechos e que apresentam os mesmos problemas.
A privatização é um caminho. Talvez não seja o ideal, mas com certeza o usuário da rodovia terá segurança e pista em plenas condições de uso.
Nos últimos meses aumentou de forma considerável os acidentes com vítimas fatais na 364. Os índices são preocupantes e merecem atenção especial de políticos, empresários, representantes do Judiciário, Ministério Público e da sociedade organizada.
O povo usuário da BR 364 não pode continuar perdendo a vida e o governo federal priorizando empreiteiras e políticos mal intencionados, que se beneficiam do alheio, mesmo com a mortandade aumentando a cada dia na rodovia.
Restauração e duplicação já. Privatização? Por que não?