CONVÍVIO OU HEREDITARIEDADE?
Disse, com razão, em 1871, Ramalho Ortigão, in: " As Farpas", que: “Metade daquilo que valemos moralmente e intelectualmente, devemos aos contactos às sugestões dos indivíduos que nos tem rodeado através da existência. É esta uma divida que poucos se lembram de pagar, reconhecendo com veneração os benefícios da amizade."
Na verdade, poucos reconhecem que o desenvolvimento intelectual, as opiniões, o carácter é, quase sempre, motivado pelo convívio que se teve desde criança.
Primeiro com os pais e avós. Depois, parentes e amigos, que frequentaram e frequentam a nossa casa.
Aprende-se pelo estudo: lendo e ouvindo e, por osmose:
Diria até que é a osmose que molda o homem. O filho do político, naturalmente tornasse semelhante ao pai, pelo convivo, e o mesmo acontece ao filho do médico ou do advogado. Chama-se vocação, o que é, muitas vezes, efeito do convívio.
Pais tementes a Deus, que rezam em família e frequentam o templo, têm mais possibilidade de terem filhos que sigam a vida religiosa, do que os indiferentes ou agnósticos.
Embora o convívio seja essencial para o desenvolvimento do ser humano, deve-se reconhecer a importância da hereditariedade. Exemplo disso é a notável família Strauss, assim como a de Bach, Beethoven, Mozart, Murilo, Darwin, a família de Francisco Bacon e a de Galileu, entre outras.
O pai da Eugenia – Galton, afirmou que a inteligência da criança não depende só dos progenitores, pois pode vir dos avós e bisavós ou de antepassados mais remotos.
Pode-se conseguir superdotados, da mesma forma como se faz com animais e plantas.
Está confirmado, que crianças de famílias cujos pais são intelectualmente desenvolvidos, têm mais probabilidade de terem melhor sucesso nos estudos.
Será devido à hereditariedade ou ao convívio? Há muita controversa sobre o assunto; mas o convívio influencia muito; disso não tenho dúvidas
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