Empresa que gerencia carretas oftalmológicas alegou que fazia “300 cirurgias por dia” no Tocantins

29 de maio de 2018 637

Mesma empresa quer atuar em Rondônia e foi barrada pelo TCE em liminar; e ainda, vigília em Vilhena para “afastar inimigo” da Justiça Eleitoral que persegue Rosani

Mas será o Benedito…

O conselheiro do Tribunal de Contas Benedito Alves barrou, em decisão liminar, um intrincado esquema que supostamente favorece a empresa 20/20 Serviços Médicos, que faz cirurgias oftalmológicas em uma carreta. Em 2014 o Tribunal já havia suspendido o contrato que seria feito através de chamamento público após duas licitações não terem dado certo. O curioso disso é que na primeira vez, o chamamento estava tão redondo para a empresa, que até a cor do corrimão constava no edital. Além do mais, a empresa propõe realizar até quatro cirurgias simultaneamente, dentro de uma carreta, com os pacientes lado a lado e os exames sendo feitos em uma tenda do lado de fora, mais ou menos como se estivéssemos em alguma savana na África, onde atuam entidades que atendem populações em situação de risco extremo. 

Economicidade, mas com risco de sequelas permanentes

Os defensores da carreta alegam que o modelo cobra pela tabela do Sistema Único de Saúde, enquanto clínicas cobram valores diferenciados. O problema é que para valer à pena mandar uma carreta, é necessário que sejam feitas cirurgias no atacado, com critérios duvidosos. Tanto é que, todos os estados que adotaram o modelo, pacientes tiveram problemas sérios. Em alguns casos, bastava entrar na carreta e sair operado, sem sequer existir a necessidade de cirurgia. No Tocantins, em 2016, a Justiça Federal determinou a suspensão no atendimento dos serviços após denúncias de graves complicações sofridas por pacientes e por números superlativos de atendimento. De acordo com denúncia do MPF, e do Ministério Público do Estado, “os serviços estão sendo prestados em desconformidade com a legislação sanitária, em tempo improvável e colocando em risco a vida e a integridade física dos pacientes”. E sabe quem era a empresa? A 20/20 Serviços Médicos.

Números superlativos

Ainda no Tocantins a empresa alegou que teriam sido realizadas 3.357 consultas e 1.689 cirurgias e que executava cerca de 300 cirurgias de catarata por dia. A Justiça verificou que é improvável realizar tantas cirurgias no tempo informado. O Sindicato dos Médicos do Tocantins e médicos prestaram depoimento e afirmaram que é “impossível realizar essa quantidade de cirurgias sem desobedecer os protocolos médicos.” Uma das pacientes ouvidas disse que após o fim da cirurgia não estava enxergando no olho esquerdo. Ela teve que realizar uma nova cirurgia na rede privada e pagou R$ 5 mil. Mesmo assim não recuperou totalmente a visão.

A cada quatro anos

No Tocantins, os órgãos fiscalizadores constataram ainda a ausência de diversos equipamentos obrigatórios e que havia indícios de direcionamento no credenciamento da empresa (igual em Rondônia). E a ação proposta afirmava que não havia um cronograma de visitas das carretas “o que inviabiliza a fiscalização e levanta suspeita de uso político do serviço.” E por aqui já tinha deputado fazendo a maior propaganda da carreta, ou seja, sabia que a coisa ia “fluir”. Mas, notaram a coincidência? A primeira investida em Rondônia aconteceu em 2014 e agora em 2018. Cá entre nós, a população já sofre muito com a deficiência do sistema público de saúde, e não merece sofrer ainda mais com esses açougues ambulantes.

E o Satanás?

Nesta terça-feira, 29, a Justiça Eleitoral de Rondônia deve julgar o recurso do pedido de registro de candidatura de Rosani Donadon, que tenta disputar a eleição suplementar em Vilhena. A probabilidade dela ter sucesso em seu recurso é praticamente nula, segundo dizem os advogados especialistas em direito eleitoral. Lá em Vilhena, pastores ligados à família Donadon andam fazendo vigília e orações para “afastar o inimigo” que vive na Justiça Eleitoral e persegue Melki e Rosani.

Jogando para a galera

O deputado estadual Anderson do Singeperon (Pros) indicou ao Executivo da necessidade de alterar o artigo 132 da Lei Complementar nº 68, de 9 de dezembro de 1992, para que os servidores do Estado de Rondônia no estágio probatório tenham direito a licença para frequentar curso de aperfeiçoamento e qualificação. Em sua justificativa, Anderson alega que “a licença em nada causará prejuízos a administração pública, uma vez que não receberá a remuneração nesse tempo de suspensão do exercício, e ainda, só deverá ser concedida, se o aperfeiçoamento for compatível com a formação e as funções exercidas pelo servidor”. Ou seja, o cara faz concurso sabendo em que e onde vai trabalhar, já pede a licença para estudar ou atuar na área privada pelo prazo de até dois anos. E nesse período o setor público fica defasado, uma vez que não pode contratar outra pessoa para substituir o licenciado…

Contato com germes pode prevenir leucemia em crianças, diz estudo

É comum na vida moderna as crianças serem mantidas “isoladas” de qualquer tipo de contato com germes – mas isso pode não ser tão bom para elas quanto se pensa. Segundo uma pesquisa recentemente divulgada no Reino Unido, essa vida “livre de germes e micróbios” pode acabar sendo a causa de um dos tipos de câncer mais comuns na infância. A leucemia linfoblástica (ou linfoide) aguda afeta cerca de 300 mil crianças por ano no mundo todo, segundo a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, que faz parte da Organização Mundial da Saúde (OMS) e coordena pesquisas sobre causas de câncer. De acordo com Mel Greaves, do renomado Instituto de Pesquisa do Câncer, em Londres, o sistema imunológico pode se tornar canceroso se não tiver contato com uma quantidade razoável de micróbios no início da vida. Sua conclusão está baseada em evidências de 30 anos de pesquisa e indica que talvez seja possível prevenir a ocorrência da leucemia linfoblástica aguda expondo crianças a algumas bactérias. A leucemia infantil é mais comum em sociedades mais desenvolvidas e ricas, o que sugere uma relação entre a doença e um estilo moderno de vida, mais estruturado. Longe de querer culpar os pais pelo excesso de zelo higiênico, o estudo queria mostrar que há um preço a ser pago pelo progresso na sociedade e na medicina. É complicado querer contato com bactérias benéficas, não se trata de simplesmente “abraçar” a sujeira. “A implicação mais importante disso é que a maioria dos casos de leucemia na infância podem ser prevenidos”, diz Greaves.

PAINEL POLITICO (ALAN ALEX)

Alan Alex Benvindo de Carvalho, é jornalista brasileiro, atuou profissionalmente na Rádio Clube Cidade FM, Rede Rondovisão, Rede Record, TV Allamanda e SBT. Trabalhou como assessor de imprensa na SEDUC/RO foi reporte do Diário da Amazônia e Folha de Rondônia é atual editor do site www.painelpolitico.com. É escritor e roteirista de Programas de Rádio e Televisão. .