Equipe de Léo Moraes tem até réu confesso de fraude financeira
Não foi uma fraude qualquer, uma simples manipulação de documentos ou coisa assim, mas algo muito mais repugnante, pois uma pessoa com deficiência intelectual, um vulnerável, foi utilizado para a obtenção de um financiamento rural, como se fosse dono da fazenda onde trabalhava. O réu confessou tentou obter a prescrição do delito, mas no Tribunal Regional Federal não foi acolhido o pedido feito na sua apelação criminal.
Mas o autor da façanha, que provocou a revolta de diversos parentes e amigos de pessoas deficiência intelectual, colaboradores e voluntários de instituições como a APAE e a Associação Pestalozzi, surpreendeu a todos ao ter seu nome incluído na lista de indicados pelo prefeito eleito de Porto Velho, Léo Moraes, para compor a chamada equipe de transição.
Quanto à legalidade, parece não haver problema, pois David Inácio dos Santos Filho, autor da fraude contra o sistema financeiro, conseguiu se beneficiar com um acordo de não-persecução penal, mas isso somente para não cumprir a pena. No acordo feito com o Ministério Público após confessar o crime, David Inácio assumiu o compromisso de pagar uma multa em doze prestações e prestar serviços comunitários.
Conhecido nos ambientes palacianos pela dificuldade de relacionamento com os demais integrantes do governo estadual, no qual se beneficiou de uma já muito conhecida íntima relação com o coronel Marcos Rocha, David Inácio, mesmo com a confissão do crime e o discurso de austeridade do governador, foi nomeado secretário de patrimônio. Isso depois de perambular por cargos menores enquanto esperava o problema com a justiça ser resolvido pela prescrição, o que não aconteceu.
A inclusão de David Inácio na equipe de transição foi operada por Oscar Dias de Souza
Netto, vice-presidente do Podemos, partido que em Porto Velho é presidido pelo próprio Léo Moraes. Essa mudança de rumos frustrou não apenas os que haviam apoiado a candidatura no segundo turno por não quererem que a vitória fosse dada à candidata Mariana Carvalho, apoiada pelo governador, como também integrantes do grupo político de Ivo Cassol, que chegaram a ir para as esquinas para empunhar bandeiras juntamente com as formiguinhas, como o foi o caso do professor César Licório.
Outra repercussão dessa decisão de Léo Moraes de colocar sua futura gestão municipal à disposição do projeto político do governador, permitindo prever seu apoio para a candidatura de Marcos Rocha a senador em 2026, foi o sinal de ruptura do prefeito eleito de Porto Velho com o deputado federal Fernando Máximo, que fez campanha corpo a corpo para ele no segundo turno. Ocorre que Máximo estaria já de malas prontas para sair do União Brasil, partido do governador e de seu vice, Sérgio Gonçalves, e ingressar no Podemos, compondo dobradinha com Adailton Fúria, prefeito reeleito de Cacoal, com vistas a 2026.