Espaço para zebras nas eleições em Porto Velho
A dor ensina
Durante anos, à medida que o agronegócio prosperava no Sul, lideranças arrogantes e antibrasileiras pregavam sua “libertação” como um novo país, alegando que o Norte e o Nordeste do Brasil não mereciam os frutos do trabalho daquela região.
Além de arrogantes, imprevidentes, pois há pelo menos meio século existem os alertas de que o desequilíbrio ambiental colocava em risco até sua capital, mas preferiram torrar os recursos em obras vistosas que agora as enchentes arruínam.
No Norte não existe a pretensão antipatriótica de dividir o país e enfraquecê-lo. Muitas famílias que hoje dão força e produção ao Norte vieram do Sul, exercendo a solidariedade em apoio aos que lá amargam as consequências do descuido. No entanto, há o risco de que a abundância de águas na região cause descuido semelhante: ignorar que há uma seca à vista cujas consequências poderão ser um castigo equivalente ao sofrido pelos sulistas.
Já existem alertas para que as comunidades cuja comunicação se limita ao transporte fluvial providenciem reservas para a eventualidade uma seca severa, estocando preventivamente alimentos, água potável e remédios. Não é muito sensato pretender que comunidades que têm tão pouco providenciem amplas reservas para o período da seca, daí porque além de alertar é preciso que o poder público estabeleça dotações e critérios adequados para o socorro em casos de emergência.
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Uma tradição!
No MDB de Porto Velho é assim: se o candidato ou candidata não se mostrar viva rapidamente, boa parte vira a casaca para quem se mostre com mais chances de vitória. Portanto, a ex-juíza Euma Tourinho, apontada como postulante do partido ao Prédio do Relógio, tem este desafio já no início desta jornada. A partir das convenções partidárias em julho, ela terá uma corrida contra o relógio para provar as bases do seu partido que tem chances de galgar um previsível segundo turno, caso contrário será devorada pelos traíras de plantão naquele estágio onde se aplica o voto útil. A esfinge já dizia: decifra-me ou te devoro!
Voto útil
Um dos principais motivos de mudanças inesperadas em eleições acirradas em dois turnos, derrubando as prospecções dos institutos de pesquisas, é a aplicação do voto útil pelo eleitorado. Isto tem sido uma constante nas eleições municipais na capital rondoniense. O eleitor avalia que seu candidato (a) não tem condições de chegar ao segundo turno e então escolhe aquele em condições de derrotar aquele candidato poderoso que ele rejeita (que as vezes até odeia) com grandes chances de vitória. O exemplo se aplica desde já na jornada 2024 por aqui: o eleitor do voto útil está escolhendo o nome em melhores condições de bater Mariana. Neste sentido Leo Moraes salta na frente.
Espaço para zebras
Quem acompanha o desdobramento da campanha em Porto Velho, com duas candidaturas tão polarizadas, como as de Mariana Carvalho e Leo Moraes, pode concluir que não existe espaço para zebras nesta temporada. Mas o cara-pálida eleitor está enganado. Tem espaço para as reviravoltas, tem espaço até para um destes dois favoritos (Mariana ou Leo) polarizadores cair do cavalo. Paralelamente a luta acirrada que vai ser desencadeada entre Leo e Mariana, já existe uma zebra trotando e com as listras se definindo. Já trota fagueira pelos campos do Nacional a Vila Sapo, no 3 Marias. Ela vai aparecer robusta e viçosa nas convenções partidárias de julho.
Fritos e mal pagos
Os candidatos à Prefeitura de Porto Velho de partidos nanicos, com poucos ou sem recursos do fundão eleitoral disponíveis, vão penar perante as maquinas das legendas abonadas, como União Brasil, PL PT e MDB, as agremiações mais bem aquinhoadas pela divisão do bolo eleitoral vigente. São pequenos Davis, enfrentando Golias bem vitaminados, lembrando que em pelejas assim, a coisa não acontece como na bíblia, onde o pequeno Davi abate o gigante Golias com uma pedra certeira. Na vida real os Davis são moídos pelas estruturas partidárias mais bem montadas.
A grande esperança
A maior esperança das legendas de esquerda e da centro esquerda é que o governo Lula melhore seu desempenho. Até aqui está repleto de equívocos, mas melhorando sua atuação, principalmente da economia, os candidatos da Federação Brasil Esperança (PT, PC do B e Partido Verde), PSOL, PSB podem aspirar melhores chances. Rondônia nos últimos pleitos teve uma guinada à direita com o bolsonarismo fazendo farofa dos petistas. Tão ferrados que não contam nem com vereador na capital, tampouco deputados federais e senadores, tendo apenas uma deputada estadual, uma andorinha fazendo verão.
Via Direta
*** As previsões vão se confirmando para uma grande seca no vizinho estado do Acre depois de alguns meses de uma cheia histórica *** Não bastasse o governador daquele estado está envolvido com a justiça até o talo, com seguidas cassações confirmadas *** Recuperado de uma erisipela, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se prepara para reforçar os palanques dos seus candidatos a prefeitos em capitais estratégicas, como o Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte *** A atual deputada federal Cristiane Lopes (União Brasil) ainda não se pronunciou sobre quem vai apoiar em Porto Velho. Não se descarta que se volte contra a candidata do seu partido Mariana Carvalho, já que foi preterida.
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POLITICA & POLÍTICOS (CARLOS SPERANÇA)
Colunista político do Jornal "DIÁRIO DA AMAZÔNIA", Ex-presidente do SINJOR, Carlos Sperança Neto é colaborador do Quenoticias.com.br. E-mail: csperanca@enter-net.com.br