Ex-presidente do BRB prestará depoimento à PF na segunda (1º/12)
O ex-presidente do Banco de Brasília (BRB) Paulo Henrique Costa prestará depoimento na Polícia Federal, na segunda-feira (1º/12), às 14h.
Paulo Henrique foi afastado do cargo no âmbito das investigações sobre compra de carteiras de crédito do Banco Master. Ele estava nos Estados Unidos fazendo curso quando a Operação Compliance Zero foi deflagrada, na semana passada. O ex-gestor voltou ao Brasil e entregou aparelhos eletrônicos pessoais à PF.
“Desde a primeira leitura dos autos, fiquei convencido de que algo estava fora do lugar, pois nunca me pareceu razoável que um presidente de banco, sabedor das regras de controle do Banco Central, fosse simplesmente mandar R$ 12 bilhões ao Banco Master. Tenho profundo respeito pelo trabalho da Polícia Federal e do MPF, e não tenho dúvida de que a investigação vai confirmar o que o próprio BRB, sob nova presidência, vem falando sobre as operações”, afirmou Cleber Lopes, advogado de Paulo Henrique.
O Conselho de Administração do BRB aprovou a destituição de Paulo Henrique e a indicação de Nelson Souza, ex-presidente da Caixa Econômica Federal, para a função. Nelson Souza passará por sabatina na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) nesta terça-feira (25/11).
Em nota emitida na semana passada, o ex-presidente do BRB disse que “toda investigação conduzida pelas autoridades competentes é legítima, necessária e positiva para o fortalecimento das instituições e para assegurar a transparência no sistema financeiro”.
“Aquisições de carteiras são operações tradicionais do mercado financeiro. No caso do Banco Master, o BRB identificou, no primeiro quadrimestre, divergências documentais em parte das operações, comunicou o fato ao Banco Central do Brasil e promoveu, em sua grande maioria, a substituição dessas carteiras”, esclareceu.
As investigações apontaram para fraude de R$ 12 bilhões em carteiras falsas que teriam sido vendidas pelo Master. O BRB informou que R$ 10 bilhões foram liquidados ou substituídos e o restante não constitui “exposição direta”