Flamengo vê Carpegiani como transição, e Renato Gaúcho é opção para 2019
O Flamengo tentou dar ares de normalidade à apresentação de Paulo César Carpegiani no Ninho do Urubu como substituto de Reinaldo Rueda no comando da equipe. Só que a explicação do novo comandante — de que foi atraído por um projeto de coordenador técnico para dar respaldo ao trabalho do treinador de campo e integrar a base — deu o ar de improviso à cena.
O novo técnico admitiu que ele e a diretoria do Flamengo podem substituí-lo antes do fim de seu contrato, e o preferido de todos hoje no clube é Renato Gaúcho. O técnico do Grêmio estaria disposto a negociar em futuro breve sua saída do clube gaúcho — não há multa rescisória — pelo desejo antigo de treinar o Flamengo.
Oficialmente, a diretoria rubro-negra descarta a investida em Renato este ano e diz que a ideia é Carpegiani cumprir o contrato como treinador até dezembro. Em 2019, se a gestão reeleger um candidato na eleição presidencial, Carpegiani seria promovido a coordenador e um treinador seria trazido.
— Hoje sou treinador do Flamengo. Existe um projeto. Mas não está afastada a possibilidade de encontrar a pessoa que pode estar à frente do time amanhã ou depois — disse o gaúcho de 68 anos.
O presidente Eduardo Bandeira de Mello se inquietou. Com dois mandatos repletos de trocas de treinadores, disse que não há prazo para pensar em um novo comandante. Ao dizer que não foi enganado por Rueda, sentenciou:
— Quando a coisa encaminhou para a saída dele, chegamos à solução do Carpegiani, que seria nosso coordenador, mas preferimos colocá-lo como treinador. Não existe isso de que ele colocou prazo para sair e assumir a coordenação. Não é para ninguém ficar perguntando se já escolheram outro treinador.
Foi quando Carpegiani afinou-se ao discurso:
— O projeto vai ter o prosseguimento no momento adequado. Temos essa ideia de integração da base, sim. No momento correto, quando encontrarmos um nome e tivermos esse consenso, como disse o presidente, seguimos.
Adriano volta a ser tema
Com o técnico, chegam o auxiliar e filho de Carpegiani, Rodrigo. Além dele, o Flamengo confirmou a contratação de Rogério Maia para preparação de goleiros e Mauricio Barbieri como auxiliar permanente. Jayme de Almeida segue no clube, assim como o gerente Mozer.
Na sua coletiva de apresentação no rubro-negro, Carpegiani não quis alimentar esperanças pelo retorno de Adriano ao clube, apesar de a diretoria ter apresentado na semana passada um projeto de recuperação do jogador.
— Adriano foi um grande ídolo. Teve uma passagem brilhante no Flamengo. Ele é o Imperador. Agora, é uma questão de planejamento, observação, consenso. Não gostaria de alimentar muito essa possibilidade — revelou, fiel ao estilo franco.
Após a fala do treinador, Bandeira confirmou o contato com o jogador, artilheiro da equipe campeã nacional em 2009.
— Adriano é ídolo da torcida do Flamengo. Tem que ser tratado com carinho e com respeito, não é para “oba-oba”. O Flamengo não vai fechar as portas para ele. Mas tem que ser uma situação estruturada, partindo do departamento médico — afirmou. — O procurador dele sabe que estamos à disposição nesse sentido, para encaminhar alguma solução, e preservá-lo. Vai ser sempre lembrado pelo que fez por nós. Pretendemos dar a ele o que ele precisa.
Os representantes do atacante disseram que vão aguardar até que o jogador decida se vai retomar os treinos em janeiro, conforme esperado.