Entrevistado por José Luiz Datena no Brasil Urgente, o candidato Jair Bolsonaro afirmou que não aceitará nenhum outro resultado da eleição presidencial que não seja a sua vitória. E insinuou que os comandantes militares deveriam apoiá-lo em seus delírios golpistas. Eis a frase completa
"Não posso falar pelos comandantes [militares]. Pelo que vejo nas ruas, não aceito resultado diferente da minha eleição".
Ou seja, a leitura que já se fazia de suas insistentes declarações colocando em dúvida a lisura do pleito agora se torna inequívoca: ou ele ganha e a eleição vale, ou ele perde e vai rebelar-se, esperando receber o apoio das Forças Armadas para uma virada de mesa. Mais claro, impossível.
A única possibilidade de vitória do PT, segundo Bolsonaro, seria uma fraude. E novamente bateu na tecla que as urnas eletrônicas se prestariam a isto, além de expressar sua desconfiança em profissionais dentro do Tribunal Superior Eleitoral.
Em 1961, Jânio Quadros justificou sua fracassada tentativa de golpe com a alegação de que existiriam forças ocultas impedindo-o de governar. Em 2018, Bolsonaro já tem seu pretexto engatilhado desde já, as diabólicas urnas eletrônicas.
Os dois têm muitos pontos comuns, desde a incapacidade de conviver com vozes discordantes até uma feiura de dar pesadelo em criancinha...