Grupo ucraniano faz cerimônia neonazista em cremação de membros mortos por russos

26 de março de 2022 284

Nesta sexta-feira (25), cerca de 50 combatentes do Batalhão Azov, grupo neonazista que agora faz parte da Guarda Nacional da Ucrânia, reuniram-se para a cremação de dois integrantes que foram mortos pelo Exército russo.

No dia 15 de março, as Forças Armadas do país governado por Vladimir Putin eliminaram Nikolai Kravchenko, fundador e líder do regimento. A morte de Kravchenko foi confirmada por Andriy Biletsky, representante do batalhão.

Um dos que foi participou da cerimônia nesta sexta adotou o nome de guerra de Tur, parecido com Thor. Ele retornou à Ucrânia após dois anos trabalhando numa empresa de proteção de animais ameaçados de extinção na África do Sul. "Protejo os animais porque não sabem fazer guerra. Faço guerra por eles", disse, enquanto aguardava a chegada dos corpos dos atingidos por um bombardeio.

Na porta da capela, os dois caixões, um aberto e outro lacrado, ficaram expostos a combatentes e familiares dos jovens mortos. As urnas estavam cobertas com a bandeira da Ucrânia ornamentada com o emblema do Batalhão Azov - o "Wolfsangel", símbolo amplamente utilizado pelas SS nazistas.

Cinco soldados se colocaram em linha e dispararam salvas de tiros depois de um comandante pronunciar a frase típica da extrema direita "Slava Ukaini" (glória à Ucrânia).

O que é o Batalhão de Azov

Batalhão de Azov é responsável por perpetrar inúmeros crimes de guerra, chacinas, massacres e estupros no leste da Ucrânia. Entre as ações de doutrinação do regimento está o estabelecimento de clubes de armas para crianças e adolescentes e oficinas escolares voltadas à exaltação de ideólogos nazistas como Mykola Stsiborskyi.

Uma das estratégias de recrutamento do Azov é buscar pessoas fascinadas pelo mundo militar, mas que em algum momento foram impedidas de seguir a carreira por motivos físicos, sociais e até psicológicos. Muitas vezes, a convicção ideológica é forjada com o tempo nas zonas de combate.

Fonte: REVISTA FÓRUM/CAROLINA FORTES