Histórico de casos de arapongagem em Rondônia jogados para debaixo do tapete exige até o número de protocolo das denúncias de Júnior Gonçalves e Laerte Gomes

8 de agosto de 2019 596

A situação envolvendo suposto diálogo travado entre o chefe da Casa Civil e interlocutor desconhecido precisa ter uma resposta e alguém tem de ser responsabilizado

Histórico de casos de arapongagem em Rondônia jogados para debaixo do tapete exige até o número de protocolo das denúncias de Júnior Gonçalves e Laerte Gomes

Porto Velho, RO – Antes do suposto diálogo vazado entre o secretário-chefe da Casa Civil Júnior Gonçalves e eventual interlocutor ainda desconhecido, sendo personagem fictício ou não, Rondônia experimentou outras situações envolvendo chantagens políticas e arapongagem patrocinadas contra autoridades regionais.

 

Todas elas, sem exceção, foram jogadas para debaixo do tapete. E trago aqui um exemplo fático desse histórico preocupante.

Em março de 2018, áudio clandestino de conversa entre o então presidente da Assembleia Legislativa (ALE/RO) Maurão de Carvalho, do MDB, e o à época deputado Jesuíno Boabaid (PMN), viralizaram para o mundo através de um contato anônimo registrado no WhatsApp.

A prosa travada entre quatro paredes, dentro do Gabinete de Maurão, ganhou as redes sociais, as páginas do noticiário cibernético e também canais de televisão.

O emedebista prometeu uma CPI dos Grampos – que nunca saiu do papel, diga-se de passagem; e o conteúdo do bate-papo que visava minar o governo do então chefe do Executivo Daniel Pereira, ex-PSB e atual Solidariedade, também não foi averiguado legalmente por qualquer instituição de fiscalização e controle que seja.

Resumindo: o tempo tratou de superar o assunto e, tanto criminoso (os) quanto vítimas, por sua vez, também não se interessaram pela elucidação dos fatos. Ficou por aquilo mesmo, um escândalo político de proporções apocalípticas reduzido a nada pelo Alzheimer seletivo institucional.

Agora, concedendo o benefício da dúvida ao articulador do Palácio Rio Madeira, porém, ao mesmo tempo, mantendo um pé atrás típico de quem não lança a mão no fogo de maneira antecipada, preciso confessar: sou um burocrata.

E como todo burocrata, só acredito vendo. Portanto, preciso, até porque tenho interesse jornalístico em acompanhar os desdobramentos da denúncia apresentada por Júnior Gonçalves, do número do protocolo. Se possível, claro, seria ainda melhor o documento na íntegra com o devido carimbo do órgão onde o reclame oficial fora registrado.

E se o último parágrafo soa personalista demais, oras, acrescento agora que nós estamos falando do mais absoluto interesse público.

Das duas uma: 1) não podemos aceitar um secretário-chefe da Casa Civil de um governo eleito democraticamente sendo chantageado, pressionado ou mesmo vítima de crimes contra a honra; e 2) assim como também não existe a possibilidade de aceitarmos um membro do Executivo espionando deputados e agindo como se fosse o próprio governador.

Paralelamente, o colunista Robson Oliveira, consubstanciado por fontes palacianas e também através informações que jorram das hostes do Legislativo, alegou que o atual mandatário da Casa de Leis quer o celular de Júnior periciado.

Sendo assim, o deputado Laerte Gomes, do PSDB, também precisa deixar às claras à sociedade caso exista qualquer pedido oficial de investigação advindo do Palácio Marechal Rondon.

O povo tem a obrigação de acompanhar os desdobramentos dessas investigações, caso existam de fato, e cobrar respostas enérgicas a fim de agir como diarista do Estado da arapongagem, erguendo o tapete e varrendo a areia para fora de casa.

 
VISÃO PERIFÉRICA

POR: VINICIUS CANOVA