Imagine um debate entre Euma e Mariana num eventual 2º turno
Após colecionar fiascos em São Paulo, no Rio e em BH, Bolsonaro tenta recolher as sobras de liderança que imagina haver em regiões periféricas como Porto Velho. Mesmo por aqui, porém, pode não existir assim tamanha certeza. Não que sua candidata, Mariana Carvalho, ex-deputada pelo PSDB, não lidere a disputa. Mas ela, como todos os demais candidatos, perde de lavada do imenso contingente de eleitores que não decidiram (ou não sabem ainda) em quem votar, estimado hoje em 60% na capital. É por essa área, normalmente suburbana, que historicamente trafegam os compradores de votos, com desenvoltura e plena liberdade de ação. Mas é também aí que reverberaram e tomaram corpo tantas surpresas e reviravoltas eleitorais aqui ocorridas.
Passado o susto de Pablo Marçal, que assumiu o controle da tropa bolsonarista à revelia do próprio Bolsonaro, o ex-presidente quer distância de São Paulo. Por aqui – ele acredita – o ambiente é mais “amigável”. Afinal, a disputa entre as lideranças rondonienses é para mostrar quem é mais bolsonarista entre os bolsonaristas, situação na qual se enquadra toda a bancada federal, à exceção do senador Confúcio Moura. Credite-se contudo a Confúcio absolutamente todos os investimentos federais em Rondônia. Em pouco mais de um ano, trouxe mais recursos para o estado do que Bolsonaro em quatro anos na Presidência. A começar pelas rodovias federais, que nunca estiveram tão bem.
Bolsonaro vai encontrar paz e tranqüilidade em sua visita, certo? – perguntará você, leitor! Não sei! Afinal, como dizia Jerônimo Santana, “em Porto Velho o imponderável é quase uma certeza: Ninguém sabe! E quem disser que sabe, não sabe o que está dizendo!” Pois bem! Se o sucesso da visita, insuflada pelos próprios anfitriões, for menor que retumbante, há o risco de ser considerada um fracasso. Até porque o ex-presidente não tem o que dizer. Sua pauta resume-se ao impeachment do ministro Alexandre de Moraes, à aprovação da própria anistia e à liberdade para conspirar contra o governo e o STF. Em que isso interessa ao eleitor portovelhense? Em rigorosamente nada!!!
Mariana Carvalho é um doce de pessoa. Disso ninguém discorda. Mas apenas isso não a credencia a postular a Prefeitura da capital. Ela tem o apoio do prefeito Hildon de Lima Chaves, muito bem avaliado. Mas também isso pode ensejar comparações, o que nem de longe pode beneficiar Mariana. Melhor estaria na Câmara dos Deputados, com voto de liderança e distribuição de emendas. Imagine você o que poderia acontecer num eventual debate de segundo turno entre Mariana e Euma Tourinho. A candidata do MDB faria picadinho de Mariana. Claro que dentro dos limites do respeito e sem a baixaria paulista. Alguém pode imaginar algo diferente?