Deu no blog da Cristina Lôbo:
"Na reunião com o Conselho da República, na manhã desta segunda-feira (19), o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, disse ser necessário dar aos militares 'garantia para agir sem o risco de surgir uma nova Comissão da Verdade' no futuro, depois de o presidente Michel Temer informar aos integrantes do encontro da intervenção federal na área de segurança do Rio de Janeiro.
A referência de Villas Bôas é ao fato de, depois da lei da Anistia, de 1979, ter sido criada Comissão da Verdade, durante o governo Dilma, que investigou casos de tortura e mortes durante o período da ditadura militar".
Mais uma vez a vida imita a arte: até agora a permissão para matar só era concedida oficialmente nas histórias do agente 007.
Oficiosamente (ou seja, por baixo dos panos), os poderosos do mundo inteiro, quando veem ameaçados seus privilégios, quase sempre tiram a coleira dos seus pit bulls e os deixam barbarizar à vontade, garantindo-lhes que não responderão por seus crimes.
As forças repressivas da ditadura de 1964-1985, p. ex., contaram com tal permissão às escâncaras. Só não via quem não queria. Até a lei foi mudada para evitar que o delegado Sérgio Fleury, tocaieiro de Carlos Marighella, fosse preso por suas matanças anteriores (tinha sido um dos matadores do Esquadrão da Morte paulista).
E do que o general Villas Bôas está se queixando, afinal? A Comissão Nacional da Verdade, abandonada à própria sorte por quem a criou, não conseguiu ir fundo nas investigações nem abrir brecha nenhuma no manto de impunidade que desde 1985 garante sono tranquilo às bestas-feras do regime militar.
Quando penso na CNV, o paralelo que sempre me ocorre é futebolístico: parecia aqueles atacantes franzinos que, quando obrigados a disputar bola dividida com zagueirões de maus bofes, correm para não chegar...
Oficiosamente (ou seja, por baixo dos panos), os poderosos do mundo inteiro, quando veem ameaçados seus privilégios, quase sempre tiram a coleira dos seus pit bulls e os deixam barbarizar à vontade, garantindo-lhes que não responderão por seus crimes.
As forças repressivas da ditadura de 1964-1985, p. ex., contaram com tal permissão às escâncaras. Só não via quem não queria. Até a lei foi mudada para evitar que o delegado Sérgio Fleury, tocaieiro de Carlos Marighella, fosse preso por suas matanças anteriores (tinha sido um dos matadores do Esquadrão da Morte paulista).
E do que o general Villas Bôas está se queixando, afinal? A Comissão Nacional da Verdade, abandonada à própria sorte por quem a criou, não conseguiu ir fundo nas investigações nem abrir brecha nenhuma no manto de impunidade que desde 1985 garante sono tranquilo às bestas-feras do regime militar.
Quando penso na CNV, o paralelo que sempre me ocorre é futebolístico: parecia aqueles atacantes franzinos que, quando obrigados a disputar bola dividida com zagueirões de maus bofes, correm para não chegar...