Jogo de emoções e volatilidade nos mercados ainda não acabou

14 de setembro de 2021 204

Em segundo lugar, a conjuntura econômica tem piorado muito. Até poucos meses, se elogiava a atividade econômica e sua recuperação, que de pujante não tem muito, afinal as projeções e expectativas do mercado começaram a ser revistas para baixo constantemente. A ideia geral é que o crescimento de 2021 será alto (cerca de 5%), mas por uma base muito baixa, enquanto para 2022 espera-se o nosso, que já se tornou quase tradicional, crescimento de 1,5% a 2,0%. A inflação nem se fala, já que esperamos que seja de dois dígitos. Também na semana passada, o IBGE divulgou o IPCA de agosto, que registrou variação de 0,87% no mês, acima do teto das projeções de mercado (que era de 0,85%) e acumulou alta de 9,68% nos últimos 12 meses. Apesar da pressão inflacionária estar mais concentrada nos preços administrados, como energia elétrica (por causa da crise hídrica e bandeira vermelha) e combustíveis, o aumento disseminado nos demais grupos continua a ser observado, com destaque para alimentação e bebidas e preços dos serviços.

Ou seja, o aumento da inflação vai continuar sendo motivo de preocupação para o Banco Central e eventual alta no ritmo de ajuste da taxa de juros. Aliás, aqui vale o terceiro ponto. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, segue enfático que levará a taxa Selic aonde for necessário para conter inflação. E, meus amigos, em pouco tempo falaremos de taxa Selic de dois dígitos, aguardem. E como o mercado deveria se posicionar? Bom… vale mencionar que, mesmo quem se beneficiaria de um aumento de juros, pensando em queda da taxa de câmbio, desta vez pode ser diferente. A crise institucional deve continuar predominando sobre o comportamento da nossa moeda (e de todos os ativos brasileiros) no curto prazo. Aviso, o jogo de emoções (ou volatilidade nos mercados) ainda não acabou.

Fonte: JOVEM PAN