Justiça autoriza interrogatório de guardas acusados de matar jovem londrinense

18 de junho de 2018 266
A juíza da 1ª Vara Criminal, Elisabeth Kather, permitiu na última sexta-feira (15) a realização dos interrogatórios dos guardas municipais Fernando Ferreira das Neves e Michael de Souza Garcia na sindicância aberta pela Corregedoria do órgão. O pedido havia sido feito na semana passada pelo secretário de Defesa Social, Evaristo Kuceki. Ainda não há data para as oitivas. A dupla é acusada de envolvimento na morte do estudante Matheus Evangelista, 18 anos, em março deste ano, na região norte de Londrina. O processo administrativo na Guarda Municipal foi oficializado no dia 5 de junho, quase três meses após o homicídio. 
 
Núcleo de Comunicação/Prefeitura de Londrina
Núcleo de Comunicação/Prefeitura de Londrina
 
 
 

Os guardas continuam presos preventivamente. Um terceiro, identificado como João Victor Goés Arruda, está solto, mas cumpre medidas impostas pela Justiça, como a proibição de usar armas particulares ou da GM e sair da cidade sem autorização. Segundo as investigações da Delegacia de Homicídios (DH), o tiro que matou Matheus saiu da pistola de Fernando Neves. Ele e Michael Garcia participaram da abordagem da vítima e de seus amigos, que participavam de uma festa no jardim Porto Seguro. Os guardas foram chamados por vizinhos para atender uma ocorrência de perturbação de sossego. 

De acordo com a versão dos acusados, o jovem já encontrava-se baleado quando o policiamento foi acionado. As testemunhas que depuseram à Polícia Civil deram outros detalhes. Para eles, o disparo ocorreu na presença dos agentes. Matheus Evangelista chegou a ser transportado na própria viatura para o Hospital da Zona Norte (HZN) e transferido posteriormente para o HU (Hospital Universitário), onde morreu por causa dos graves ferimentos. 

Em entrevista à FOLHA, Kuceki espera que a investigação interna, que pode culminar até na demissão dos servidores municipais, seja concluída em 90 dias. Apesar da possibilidade de prorrogação pelo mesmo período, o secretário acredita que o recurso não será utilizado. A sindicância é coordenada por outros três guardas que não têm relacionamento com a dupla. 

Enquanto isso, a denúncia, já aceita pela Justiça, tramita na 1ª Vara Criminal. Neste domingo (17), o promotor Ricardo Domingues solicitou o agendamento das primeiras audiências de instrução para Neves e Garcia. Os dois foram denunciados por homicídio e fraude processual.
 
Rafael Machado
Grupo Folha