Lira nega ter sido ameaçado pelo ministro da Defesa; Braga Netto diz que ameaça é invenção

22 de julho de 2021 92

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quinta-feira (22) que é "mentira" a informação trazida pelo jornal "O Estado de S. Paulo" de que o ministro da Defesa, general Braga Netto, teria enviado um recado a ele avisando que, se não houver a aprovação do voto impresso e "auditável", não haveria eleições em 2022.

Lira afirmou ao blog que irá soltar uma nota sobre o tema, negando a informação trazida pelo jornal.

Na manhã desta quinta, ao chegar ao Ministério da Defesa, Braga Netto foi questionado por jornalistas sobre a reportagem. Ele disse que é "invenção".

VÍDEO: 'Invenção', diz Braga Netto sobre ameaça a Arthur Lira

VÍDEO: 'Invenção', diz Braga Netto sobre ameaça a Arthur Lira

O vice-presidente, Hamilton Mourão, também foi questionado sobre o tema ao chegar ao Ministério da Defesa. Ele estava a certa distância dos jornalistas e gritou: "É mentira".

O comentarista da GloboNews do G1 Valdo Cruz informou que falou na manhã desta quinta com o ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, general da reserva. Ramos disse que recebeu ligação de Braga Netto mais cedo e que o ministro da Defesa lhe afirmou que a informação do "Estadão" não procedia e que ele queria buscar uma forma de desmentir a reportagem.

Voto impresso

De acordo com o "Estadão", quando Braga Netto enviou o recado para Lira, estava acompanhado dos comandantes da Aeronáutica, Marinha e Exército.

O movimento do ministro da Defesa, ainda segundo a reportagem, ocorreu em 8 de julho. No mesmo dia, Bolsonaro declarou publicamente que, se não houvesse voto impresso, não haveria eleições.

O voto impresso é uma das principais causas atualmente defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contestam o presidente e afirmam que o sistema eleitoral no país é seguro, moderno e auditável.

Bolsonaro reclama de possibilidade de fraude nas eleições, mas não apresenta provas.

Na comissão da Câmara que analisa um projeto para o voto impresso, a tendência é de derrota do texto. Partidos políticos se manifestaram conjuntamente contra a proposta.

Fonte: POR ANA FLOR