Nível do rio Madeira passa dos 16 metros
Com o aumento das fortes chuvas nos rios bolivianos, Beni e Madre de Dios, o nível do rio Madeira em Porto Velho tem aumentado consideravelmente nos últimos dias, fato que tem prejudicado os moradores que já começam a sofrer os prejuízos das inundações. O nível do rio tem oscilado entre os 15,99 e na tarde de ontem chegou a atingir os 16,05. A Defesa Civil de Porto Velho continua seguindo o plano de contingência, monitorando e notificando as áreas de inundações e desbarrancamentos iminentes. Nesta fase os moradores que já foram cadastrados e caso haja avanço no nível do rio serão retirados imediatamente das duas casas. A média de 16,05 já causa danos aos moradores do bairro São Sebastião. Por ser uma área muito próxima às margens do rio Madeira a população, a partir de hoje, começa a ser retirada do local.
Ao todo oito famílias terão que se mudar imediatamente da localidade. Segundo o coordenador da Defesa Civil de Porto Velho, Marcelo dos Santos, na atual circunstância é provável que o nível do rio continue aumentando, para isso se faz necessário o remanejamento imediato destas famílias. “Vamos oferecer toda a execução logística de transporte tanto dos pertences como dos moradores das áreas de riscos. O bairro São Sebastião, por ser uma área muito próxima do rio, foi a primeira a registrar alagamentos. Ainda continua a chover com muita intensidade nos rios da Bolívia, fato que ocasiona o aumento de áreas de alagamento em Porto Velho. Como a chuva vinda do rio Beni e Madre de Dios continua intensa é possível que continue aumentando o nível do rio nos próximos dias”, argumentou. Para o remanejamento das famílias a Secretaria Municipal de Assistência Social e da Família ainda planeja para qual lugar as famílias serão abrigadas. Já o estado de emergência só será anunciado quando o nível do rio Madeira registrar os 16,30 metros. Este aumento do rio também prejudica os alunos da Escola da Vila do Dnit que desde o dia cinco deste mês permanecem sem aulas, pois as embarcações que transportam as crianças dos bairros Niterói e Maravilha I e II foram interditados pela Defesa Civil. Segundo Marcelo dos Santos, não existe segurança para as crianças quando elas desembarcam do transporte fluvial e a medida previne acidentes como doenças causadas por animais peçonhentos, infecções causadas pelo contato com água contaminada e afogamentos.
Josué Soares, 43, que reside na zona rural, conta que é pai de dois alunos e explica que já veio diversas vezes na escola, mas ainda não existe data para o retorno das aulas. “A previsão era para as aulas começarem no dia cinco, mas passou para o dia dezenove, hoje é dezenove e a data já foi adiada mais uma vez, os meus dois filhos dependem da escola. Este fato atrapalha todas as crianças e a prefeitura deveria resolver com maior rapidez esta situação, disponibilizando os ônibus para todos os alunos”, disse.
(Foto: Roni Carvalho/Diário da Amazônia)